02/03/2015
OSNI MACHADO
osni.machado@jornaldocomercio.com.br
Nova geração de consumidores dita tendências ao varejo
A modificação no perfil do consumidor passa a influenciar as vendas do varejo no mundo. Uma transformação que tem como agente a tecnologia, e em especial aquela que está ligada ao avanço dos celulares, que hoje mais parecem computadores e que dão acesso rápido à internet. Esta é uma das tendências apresentadas na 104ª edição da Retail’s Big Show, considerada a maior mostra mundial de varejo, promovida pela National Retail Federation (NRF), em Nova Iorque.
O vice-presidente de marketing e de relações internacionais do CDL Porto Alegre, José Roberto Resende, diz que está foi a 15ª edição da NRF em que esteve participando. Um grande aprendizado, de acordo como ele, serve para conhecer o que vem por aí. “A mudança no varejo está em processo acelerado e representa oportunidade ou ameaça para quem atua neste ramo. A grande mudança do varejo é o consumidor”, salienta.
Conforme Resende, o celular com acesso à internet, cujas vendas estão superando os demais eletrônicos portáteis, é o principal instrumento desta modificação nas relações entre compra e venda. Explica que a nova geração compra pela internet e interage com lojas físicas. Diante desta realidade, os empresários constatam que é necessário integrar, ou melhor, fundir realidades e trabalhar com este consumidor, tanto na internet como nas lojas físicas, fazendo surgir daí um novo conceito. Trata-se do varejo “figital”, ou seja, a reunião das palavras físico (de loja física) com o digital. “A ligação do físico com o digital é cada vez mais presente. O varejo tem que investir e promover a ‘experiência de compra’, que vai além do e-commerce”, diz Resende.
Ele cita ainda que muitas lojas estão investindo no atendimento: o cliente que vai até o estabelecimento quer um atendente e uma atenção especial, particular. Por outro lado, comenta que hoje é uma realidade, em grandes centros, um cliente ir até uma loja, verificar o seu showroom e, com o celular, acessar o Wi-Fi do local e acabar comprando do concorrente.
Acrescenta que este novo consumidor, na sua grande maioria, também não gosta muito de vendedor e toma para si a tarefa de consultar os sites das lojas e fechar negócio via e-commerce. Conforme o diretor, hoje não basta oferecer preço e produto; o cliente quer algo mais, quer envolvimento, quer optar, falar, escolher e, mais ainda, quer customizar aquilo que compra.
“Nos Estados Unidos, ao redor de 6% da compras são feitas pela via internet. Um estudo mostra que a web influencia 35% das vendas, e, em alguns casos, isto é maior, a exemplo das concessionárias, para as quais o cliente só vai para fechar negócio”, informa. Resende também destaca iniciativas aqui no Brasil, como no caso da Magazine Luiza, que criou uma vendedora virtual para interagir com os internautas, melhorando a “experiência de compra”.
“No Liquida Porto Alegre, a CDL Porto Alegre criou, por exemplo, um site em que o cliente pode comprar o que é oferecido pelos participantes. Ele tem condições de pesquisar no portal todas as mercadorias à venda. Os estabelecimentos que não têm sites próprios e que participam da promoção também têm seus produtos no site, junto com endereço e telefone”, informa.
Jornal do Comércio on-line – RS