Número de franquias brasileiras nos EUA cresce 62% em quatro anos
FELIPE MAIA
EDITOR-ADJUNTO DE “CARREIRAS”
11/01/2015 02h00
O Brasil tem hoje 105 marcas de franquias com atuação no exterior, o que representa 3,8% do total. O número é modesto, mas representa um aumento de 62% em relação a 2010, quando 65 empresas desse setor tinham atuação internacional, de acordo com uma pesquisa da ESPM.
André Friedheim, diretor internacional da ABF (Associação Brasileira de Franchising), diz que que esse número tende a mudar, entre outros motivos, em razão do cenário de baixo crescimento do Brasil. “O franchising é expansionista por natureza. O mercado interno sofrendo pode animar a busca pela internacionalização para manter o ritmo de expansão”, afirma.
Outro fator é o próprio processo de aprendizado das empresas, com grandes redes se voltando a se aventurar no exterior com novos modelos depois de terem tido experiências ruins.
A rede de moda feminina Carmen Steffens, que tem 510 lojas no Brasil e mantém unidades no exterior há 12 anos, fechou ao menos oito delas por terem sido abertas “no lugar errado e pela pessoa errada”, segundo Mario Spaniol, presidente da empresa. “Não tínhamos política na hora de abrir a loja. Encontrávamos alguém que quisesse abrir e abríamos.”
Há seis anos, a companhia decidiu mudar de estratégia e passar a investir sozinha nas primeiras unidades em um país, entender as adaptações necessárias e só depois vender franquias.
Na França, onde a marca está há cinco anos, apenas neste ano começarão a ser buscados franqueados.
O objetivo da Carmen Steffens é estar em 50 cidades do mundo até 2020. Hoje, está em 15.
A rede de alimentação Giraffas também está no processo de repassar restaurantes próprios na Flórida (EUA) para a mão de franqueados, depois de um período de experiência. “A gente não queria fazer testes com o dinheiro alheio”, diz João Barbosa, presidente-executivo da empresa nos Estados Unidos.
Barbosa diz que esse período foi necessário para fazer adaptações de cardápio e também para reduzir o custo de abertura de uma loja: a primeira custou US$ 1,8 milhão, valor que hoje foi reduzido para US$ 650 mil -isso foi possível por causa do aumento do volume de compras, que dá poder de barganha com os fornecedores, e também ajustes no projeto.
A companhia chegou ao país em 2011 e hoje tem 11 restaurantes -em outubro do ano passado, cinco deles passaram às mãos de franqueados. O plano é que a 12ª unidade, que deve ser inaugurada em fevereiro, também seja uma franquia.
Folha de S. Paulo on-line – SP