Na antevéspera do Natal, havia espera para parar o carro, comprar e comer em shopping de São Paulo
LEANDRO MACHADO
DE SÃO PAULO
A fila parecia eterna, e não tinha, aparentemente, nada a ver com o nome da loja: Forever 21. O preço (e variedade, dizem as clientes) explica por que centenas de mulheres esperaram nesta terça-feira (23), antevéspera de Natal, cerca de 40 minutos para provar uma calça ou um vestido.
A fila do provador da famosa loja de roupas femininas no shopping Eldorado, em Pinheiros (zona oeste de São Paulo), estava difícil de encarar. Mas, em dia de correr atrás de compras de Natal atrasadas, a perseverança é a última que morre.
“Quase desisti quando vi a fila, mas já que vim…”, diz a estudante Marilia Castilho, 27, segurando uma sacolinha com 15 itens como vestido, calça, blusinhas e bijuterias.
E tinha que provar rápido: funcionários da loja avisavam que cada cliente só podia experimentar seis peças. Se alguém quisesse mais tempo que, por favor, voltasse para o final da fila, novamente.
“Quase desisti de novo”, diz Marilia. Ela não voltou. “Levei umas coisas sem provar mesmo, fazer o quê?”
Aí apareceu outra fila, a do caixa. Essa levava 25 minutos, com otimismo. Ao todo, Marilia ficou uma hora e meia na loja –somando as filas.
Entediado, o administrador Renato Carvalho, 49, encostou em uma prateleira para esperar a mulher Nívia, 46, que escolhia presentes de Natal. “Está complicada a fila. E para chegar ainda pegamos um trânsito na marginal…”
Para ganhar um tempo, o casal colocou o filho, Pedro, de 14 anos, para esperar na fila do caixa enquanto os presentes eram escolhidos.
CHEIO
Embora fosse visivelmente a mais cheia, a Forever 21 não era a única loja lotada no Eldorado no início da noite. Nesta terça (23), o shopping recebeu cerca de 60 mil pessoas, 15% a mais do que recebe em outros dias do ano.
Havia filas para comprar, estacionar o carro ou comer um sanduíche. Na praça de alimentação, era preciso olhar atento e rapidez para achar e ocupar uma mesa.
Por isso, ao sair da Forever 21, o administrador Renato Carvalho lamentou: “E meu filho ainda quer comer um hambúrguer…”
Folha de S. Paulo – SP