24/12/2014
A confiança do consumidor subiu 0,9% em dezembro, após recuar 6,1% em novembro e ceder 1,5% em outubro, sempre na comparação com o mês imediatamente anterior. Foi o que revelou nesta terça-feira, dia 23, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), ao divulgar o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), na série com ajuste sazonal.
Em dezembro, o indicador, calculado dentro de uma escala de pontuação de até 200 pontos (quanto mais próximo de 200, maior o nível de confiança do consumidor), fechou em 96,2 pontos. No mês passado, o ICC havia tocado o menor nível desde dezembro de 2008, quando ficou em 94,8 pontos.
Entre as faixas de renda, a melhora nas expectativas sobre a economia foi generalizada. Segundo a economista Tabi Thuler Santos, da FGV, a definição da equipe econômica e os sinais mais claros de que rumos a economia tomará nos próximos meses podem ter contribuído no sentido de reduzir o pessimismo e as incertezas. O aumento da confiança do consumidor em dezembro está relacionado à melhora nas expectativas sobre a situação econômica, cuja alta pontual não compensa inteiramente a tendência de aprofundamento do pessimismo observada nos meses anteriores. Em síntese, os resultados mostram que as famílias continuam cautelosas em relação ao orçamento doméstico, avaliou a economista em nota oficial. Em relação a dezembro de 2013, houve queda de 13,2% do ICC.
O resultado foi influenciado principalmente pela percepção em relação ao futuro e, em menor medida, pela avaliação sobre o momento atual. O Índice de Expectativas (IE) subiu 2,2%, de 94,7 pontos para 96,8 pontos. Em novembro, o indicador havia caído 6,8%. Já o Índice de Situação Atual (ISA) mostrou alta de 0,2%, ao passar de 96,6 pontos para 96,8 pontos. No mês passado, o índice havia recuado 5,1%, ao menor nível de toda a série, iniciada em setembro de 2005.
O levantamento abrange amostra de mais de 2,1 mil domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 29 de novembro e 18 de dezembro.
Apesar de as expectativas em relação à economia terem melhorado no último mês do ano, as famílias ainda adotam cautela, e a intenção de compra de bens duráveis recuou fortemente na passagem de novembro para dezembro, chegando ao menor nível desde o início de 2009.
Na passagem do mês, o indicador que mede o otimismo com a economia, um dos componentes do IE, nos próximos seis meses subiu 9,5%, para 92,5 pontos. Em novembro, esse mesmo índice havia recuado 12,0%. A expectativa em relação às finanças das famílias, porém, ficou praticamente estável (0,1%).
No sentido contrário, o ímpeto de compra de bens duráveis cedeu 5,7% em dezembro ante o mês anterior. Com o resultado, o índice atingiu 72,8 pontos, o menor patamar desde fevereiro de 2009.
Em relação à situação atual, o indicador de satisfação com a economia local também exerceu influência positiva ao subir 2,1%. Ainda assim, o índice atingiu 54,1 pontos, um nível considerado muito baixo – quando menor que 100 pontos, os indicadores de confiança mostram situação desfavorável. Já o indicador de satisfação com a situação financeira da família recuou 0,5%, para 102,7 pontos.
Índice de Confiança do Comércio registra recuo de 1,5% em dezembro
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 1,5% em dezembro na comparação com novembro, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o Icom saiu de 110,6 pontos para 108,9 pontos no período. Trata-se do segundo menor nível de toda a série histórica, iniciada em março de 2010. O pior resultado foi registrado em setembro deste ano (108,5 pontos). O índice se mantém abaixo de sua média histórica, que é de 125,9 pontos. Em novembro, o índice havia tido queda de 1,0%.
O resultado mostra que o comércio está extremamente insatisfeito com o desempenho deste final de ano, além de nutrir expectativas modestas em relação à possibilidade de recuperação consistente das vendas ao longo do primeiro semestre de 2015, avaliou o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo, em nota oficial.
O Índice da Situação Atual (ISA-COM) caiu 5,9% neste mês, para 80,3 pontos (o pior dezembro da série), após avanço de 1,3% em novembro.
Jornal do Comércio on-line – RS