Seg, 15 de Dezembro de 2014 20:25
Por Conrado Esber
Ainda que o ano termine com pouco ou quase nada a se comemorar na economia, para um dos mais experientes membros do Conselho de Administração da Marcopolo, José Antonio Fernandes Martins (foto), o país não está se desmanchando. Durante a cerimônia de entrega da premiação do Homem do Aço 2014, concedido ao presidente da Medabil, Cesar Bilibio, na última terça-feira (9), Martins, que também é presidente da Associação do Aço do Rio Grande do Sul, fez um discurso otimista.
Estamos chegando fim de um ano extremamente difícil para todos os segmentos empresariais, que estão sentindo os impactos da crise econômico-financeira que o país está atravessando, disse Martins, no início de seu discurso. Com alguns números, indicou o motivo de alguns empresários estarem, como definiu, com medo do futuro: crescimento do PIB abaixo de 0,5%, inflação no topo da meta, preços das commodities despencando, superávit primário negativo, queda da produção industrial, problemas com a Petrobras e uma alta renúncia fiscal, que soma 100 bilhões de dólares no ano. Ainda assim, Martins considera que o barco está longe de afundar.
Para ele, o Brasil tem extraordinários fundamentos macroeconômicos que não nos levam ao desespero. O industrial citou diversos motivos para que o empresariado acredite que após 2015, um ano de ajustes, a economia voltará a ficar no azul. A presidenta’ Dilma já definiu uma nova equipe econômica, com um executivo de altíssima competência para tomar medidas de ajustes graduais, que vão recuperar a aceleração da nossa economia. O ministro Joaquim Levy é um homem com currículo extraordinário e competência invejável, defendeu.
A conjuntura macroeconômica é claramente favorável, no entendimento de Martins, por várias razões. Temos reservas cambiais liquidas de U$$375 bilhões, o que seria capaz de sanear toda a dívida externa brasileira. Somos o quinto país do mundo na lista dos que mais recebem investimento estrangeiro. Temos as maiores reservas florestais e de ferro do mundo. Uma extraordinária safra agrícola..,.,exemplificou Martins. Mas não parou aí. Somos o segundo ou terceiro maior produtor de grãos, sendo que alimentação será um dos maiores problemas mundiais. Aqui estão as maiores reservas de água doce do mundo, e, em 50 anos, água doce será ouro. Também temos uma rede bancária sólida e forte. Quase 9 mil km de costa marítima. Temos forte estabilidade política. Taxa de desemprego de 4,9%, quando na zona do euro existem países com até 18%. Empresas razoavelmente capitalizadas. Uma indústria automotiva fortíssima, enumerou o presidente da Associação do Aço do Rio Grande do Sul.
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