09/12/2014 às 05h00
Por Thais Carranca e Ivone Santana | De São Paulo
A operadora de telefonia Oi confirmou ontem à noite a venda da PT Portugal à francesa Altice por 7,4 bilhões (US$ 9 bilhões), incluindo a previsão de um pagamento diferido (“earn-out”) de 500 milhões relacionado à geração futura de receita da PT Portugal. A Oi adquiriu esses ativos há cerca de um ano, ao fazer uma fusão com a Portugal Telecom.
Segundo a Oi, o fechamento da venda está condicionado à reorganização societária com objetivo de delimitar os negócios que não serão alienados, como a Africatel, a Timor Telecom e os investimentos detidos pela PT Portugal na Rio Forte (objeto de permuta com a PT SGPS por ações da Oi, ainda sujeita à aprovação pela Comissão de Valores Mobiliários), bem como todo ou parte do endividamento da PT Portugal.
A conclusão do negócio depende ainda de autorizações concorrenciais e regulatórias.
“Com mais esse passo concluído, a Oi segue com o objetivo de reforçar sua capacidade financeira de forma a manter o seu propósito de protagonizar o movimento de consolidação no mercado de telecomunicações no Brasil”, reafirmou a operadora.
A Oi poderá usar o dinheiro da venda para reduzir sua dívida e financiar acordos no Brasil, já que sua administração planeja fazer uma proposta de aquisição ou fusão com a TIM, e também se tornar uma operadora internacional.
Para o bilionário franco-israelense Patrick Drahi, controlador da Altice, a compra desses ativos representa o segundo maior acordo no setor de telefonia europeu. A concentração do mercado, segundo ele, contribuirá para reduzir custos e aumentar receitas, discurso semelhante ao que as operadoras vêm fazendo no Brasil, que também passa por um processo de consolidação.
Na bolsa de Amsterdã, a ação da Altice fechou em alta de 2,96%, para 61,49. Com isso, o valor de mercado da empresa ficou em 18,7 bilhões. Na BM&FBovespa, a ação da Oi foi cotada a R$ 1,64, em queda de 1,2%.
Valor Econômico – SP