28/11/2014
Por Tatiana Schnoor | De São Paulo
Os poucos metros quadrados que formam um quiosque são a mais nova aposta da varejista Polishop para executar o plano de ampliação da capilaridade da sua rede, aumentar a presença em shoppings centers onde atua e reduzir o custo de abertura de lojas. Somente neste ano, a varejista investiu R$ 3 milhões para colocar em operação 12 ‘ilhas’ de venda. Para o próximo ano, a perspectiva é abrir outros 50 canais desse tipo – projeção superior ao de inaugurações de lojas.
João Apolinário, fundador e presidente da companhia, diz que até 2020 planeja ter outros 100 quiosques em shoppings. Caso alcance essa meta, os quiosques vão representar um terço do número total de lojas a serem inauguradas até 2020. “Os quiosques representam um ganho de sinergia com os estoques das lojas, com a mão de obra e com os centros de distribuição”, diz o empresário.
As ilhas de venda também são uma resposta aos shoppings de grande porte, acima de 40 mil metros quadrados de ABL (área bruta locável). “Você não consegue ter loja em dois pontos. Fora isso tem gente que passeia em apenas uma parte do shopping. Com o quiosque, eu garanto minha oportunidade de venda”, diz Apolinário. Essas ilhas terão os 20 principais produtos que a Polishop anuncia em seu canal de TV.
Os quiosques fazem parte da agressiva estratégia de expansão da companhia por meio de abertura de lojas. Há dois anos a Polishop investiu R$ 60 milhões para aumentar de 21,5 mil metros quadrados para 32 mil sua área total de vendas – seriam 163 pontos físicos até o fim deste ano. Mas essa meta foi superada, diz Apolinário. A rede engloba atualmente 193 lojas e deverá chegar a 210 pontos até o fim deste ano, totalizando 44 mil metros quadrados de área de venda. Em seis anos, a varejista quer chegar a 300 lojas.
Nascida em 1999 no formato de televendas, a Polishop nos últimos anos passou a operar também no varejo físico e com vendas pela internet. Hoje, as lojas respondem por mais de 70% das vendas brutas da Polishop, há dois anos a fatia era de 60%.
Apolinário diz que a companhia já fatura mais de R$ 1 bilhão e mantém o ritmo de dois dígitos de crescimento anual, descontando a inflação. Ele atribui esse desempenho, mesmo em tempos de economia fraca, à abertura de novos shoppings centers.
Os pontos de rua não estão fora dos planos do empresário, mas Apolinário diz que os shoppings têm mais relevância. A razão está na concentração de inaugurações de shoppings nos últimos anos em todo o país, movimento que foi seguido pela Polishop. “As lojas recentes puxaram as vendas, mas o desempenho dos pontos já existentes também foi bom em função da expansão dos shoppings mais antigos”, diz.
A varejista também ampliou sua linha de produtos de beleza, uma das quatro em que atua ao lado de esporte e lazer, gourmet e tecnologia. Fez um investimento inicial de R$ 10 milhões para lançar no início deste ano a marca própria Bioemotion, com o objetivo de complementar a venda de equipamentos para o corpo. Ainda em fase de testes em dez lojas, a intenção do empresário é montar espaços de beleza em 100% da rede para ampliar a experiência do consumidor. Apolinário gosta de dizer que não vende produtos. “Cada vez mais a nossa loja se transforma em um parque de diversões.”
Valor Econômico – SP