28/11/2014
Por Adriana Meyge | De São Paulo
O Brasil já é a quarta maior operação em número de usuários do Alibaba fora da China – atrás de Estados Unidos, Índia e Rússia, e ganha atenção do grupo de comércio eletrônico. A varejista Aliexpress está entre os cinco sites do ramo mais acessados no país, e agora o gigante chinês busca aumentar também seu negócio para pequenas e médias empresas, o Alibaba.com.
O site foi criado pelo empresário Jack Ma em 1999 e, desde então, atraiu empresários de 190 países do mundo, interessados em exportar ou importar. O Alibaba.com começou a investir no Brasil há apenas dois anos e, em 2013, triplicou sua base de usuários no país, para 2,1 milhões de cadastrados – no mundo, são 25 milhões. “Estamos confiantes de que podemos continuar essa trajetória, especialmente com o maior foco no mercado brasileiro”, disse o diretor de marketing e desenvolvimento de negócios da Alibaba.com na América Latina, Alex Tsai.
O Alibaba.com lançou um site brasileiro, em português, no fim do ano passado, e quer ter serviços locais, de acordo com as necessidades do empresário brasileiro, segundo Tsai. Essas são algumas das ações para a companhia aumentar sua base de usuários. O Brasil tem mais de 6 milhões de pequenas e médias empresas.
Aquisições também estão na mira do grupo, que levantou, em setembro, US$ 25 bilhões em sua abertura de capital em Nova York. Tsai disse que o grupo está “definitivamente aberto” para compras, inclusive no Brasil. “Há uma equipe sempre olhando por oportunidades, para todos os negócios do grupo, vendo o que faz sentido incluir em nosso ecossistema”.
O Alibaba.com conecta pequenos e médios empresários de diversos países, mas não recebe percentual sobre as transações. A receita vem de serviços contratados pelos membros para balizar sua confiança na negociação, como a verificação de pagamento e entrega e a inspeção de um fornecedor. Outra fonte de renda são anúncios para as empresas que querem ter maior visibilidade no site.
Tsai está baseado no escritório do grupo chinês em San Jose, no Vale do Silício, na Califórnia. Ele veio ao Brasil por três semanas, para visitar clientes parceiros, como o Sebrae. Taiwanês de 33 anos, o executivo morou no Brasil quando criança e vive nos Estados Unidos. Era responsável pelo marketing digital do PayPal, até ser contratado pela Alibaba em agosto.
O Alibaba.com é o terceiro maior site de comércio eletrônico do mundo na categoria de negócios. Entre seus concorrentes estão o Amazon Supply (da americana Amazon) e o eBay. Os brasileiros que usam o Alibaba.com exportam alimentos, bebidas, cosméticos, acessórios, entre outros, e importam máquinas, eletrônicos, equipamentos para carro e moto e vestuário. Segundo Tsai, tanto importação como exportação têm crescido por parte do país.
O grupo Alibaba informou em novembro queda de 39% no lucro no segundo trimestre fiscal, terminado em setembro, ante igual período de 2013, para US$ 485 milhões. A receita líquida aumentou 53,7% na mesma comparação, para US$ 2,74 bilhões. Desse total, US$ 263 milhões foram gerados em mercados internacionais, dos quais US$ 195 milhões no atacado.
Valor Econômico – SP