26/11/2014 José Carlos Videira Ampliação de 10,8% é resultado da procura, pelas empresas, por ganhos de eficiência e de estruturas administrativas mais eficazes O mundo hoje literalmente respira tecnologia, e o Brasil não está desconectado dessa revolução, que nas últimas décadas tem transformado a maneira como vivemos em casa, no trabalho ou em qualquer situação. De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o mercado brasileiro de Tecnologia da Informação movimentou US$ 123 bilhões em 2012, com crescimento de 10,8%, e representando 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Para a Brasscom, esse desempenho é reflexo da procura por ganhos de eficiência e busca de estruturas administrativas mais eficazes, com a terceirização de serviços e incorporação de TI em quase todos os setores da economia. A entidade representa no Brasil grandes corporações na área de TIC e não se relaciona diretamente com as pequenas e médias do setor. Porém, o diretor da Brasscom Sérgio Sgobbi ressalta o importante papel que as pequenas e médias exercem para o segmento de TI. Elas gravitam em torno das grandes e fazem parte do mesmo ecossistema, explica. Segundo ele, as PMEs exercem papéis de extrema relevância para as grandes. Segundo Sgobbi, grandes corporações de TI não fazem comercialização direta de seus produtos, por exemplo, para os consumidores. Nem tampouco suas soluções são implementadas diretamente no cliente final. Elas fazem isso por intermédio de parceiros, ou canais, que são PMEs, destaca o diretor da Brasscom. Ele cita que, somente a Microsoft possui 12 mil canais vinculados a ela no Brasil. De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Softwares (Abes), existem no Brasil 11.232 empresas desenvolvedoras de softwares. Desse universo, 93% são micro e pequenas empresas. Softwares hoje permeiam todas as atividades, desde uma farmácia, um posto de gasolina, até bancos e hospitais, observa o diretor de marketing da Abes, Carlos Sacco. Por meio de um software, uma empresa pode se diferenciar de outra, aumentando a competitividade, e ganhar mercado, frisa Sacco. O País ocupa hoje a oitava posição no ranking mundial das empresas de softwares e de serviços. O mercado interno movimenta por ano US$ 25,1 bilhões, ou uma fatia de 2,4% do US$ 1,04 trilhão que circula mundialmente no mercado de programas para computador e uma infinidade cada vez maior de dispositivos. Na pesquisa anual da consultoria Deloitte As PMEs que mais crescem no Brasil, as empresas de TI, Informática e internet são as mais recorrentes. Correspondem a 27% do total das empresas pesquisadas. Também ficam entre as dez mais bem colocadas em termos de expansão da receita líquida, entre 2011 e 2013, num universo de 250 empresas. De acordo com o sócio da área de Consultoria em Tecnologia da Deloitte, Cláudio Soutto, existem alguns fatores que explicam esse desempenho. O custo e a barreira de entrada são baixos em relação a outros segmentos de mercado, afirma. O apelo para atrair investimentos também é maior para as novatas de TI, na opinião do sócio da Deloitte. Segundo ele, num mundo hoje totalmente tecnológico é difícil algum investidor colocar dinheiro numa pequena empresa de alimentos e bebidas, por exemplo, onde há gigantes atuando no setor.
Brasil Econômico – SP