21/11/2014 Entrevista com João Pedro Para Neto – Presidente da MasterCard para o Brasil e Cone Sul As compras por dispositivos móveis e a conectividade de objetos com a internet, como refrigeradores, fazem com que os varejistas tenham que investir ainda mais na experiência online dos clientes. Isso porque ele está mais informado e faz pesquisas simultâneas antes de concluir uma aquisição. A conectividade altera as formas de pagamento móvel? A conectividade combinada à variedade de aparelhos impacta na maneira como os consumidores estão comprando e pagando suas contas. E nesta evolução, acreditamos que cada aparelho conectado pode se tornar um canal de comércio, ajudando na fidelização do consumidor, no controle do fluxo de caixa, na otimização dos processos, no aumento das vendas e na ampliação do negócio. Que tipo de oportunidades isso traz para a companhia? Em nosso último Investors Day, por exemplo, apresentamos uma máquina de lavar que se conecta à internet quando o sabão em pó acaba, oferecendo a possibilidade de aquisição do produto na Amazon ou em outra loja online diretamente da máquina. É uma revolução na forma como se realiza transações e em breve estará disponível. Também apresentamos um refrigerador com um monitor que controla quantidade de leite e de ovos, e permite que a reposição seja feita diretamente do próprio aparelho conectado. O e-commerce já é realidade. Qual o próximo passo? Com os consumidores cada vez mais digitais, temos a demanda de uma nova experiência de compra que nos desafia a conectar ainda mais as compras online e as lojas físicas. Ou seja, se no passado os consumidores compravam via catálogos ou nas lojas, hoje compram em múltiplos canais, checando ofertas e produtos em diferentes lojas ao mesmo tempo, e esse comportamento certamente irá impulsionar a expansão do m-commerce (transações efetuadas via dispositivos móveis). Hoje, o smartphone já é o principal meio de acesso à internet, com 78% da navegação, e o uso do tablet cresceu 20% em 2014, segundo a GFK. Em 2015, é esperado que 85% dos brasileiros estejam conectados por seus telefones. O próximo passo para o m-commerce atingir números no varejo físico é o investimento na melhoria da experiência do consumidor. Como a MasterCard está se preparando para esse cenário? A MasterCard está direcionando seus esforços para soluções mobile, trabalhando com líderes da indústria, como a Apple, para garantir a segurança destas transações, bem como apostando nas parcerias com emissores e lojas online para ampliação da aceitação de um serviço digital mais rápido, conveniente e convergente, como a MasterPass ou, ainda, investindo na aquisição de companhias focadas no desenvolvimento de programas de lealdade e recompensa. Como funciona o MasterPass? É um serviço digital que permite que consumidores utilizem qualquer cartão ou dispositivo habilitado para realizar compras de forma mais segura e com apenas um clique online, em uma loja física ou em qualquer lugar. O serviço elimina a necessidade de inserir informações detalhadas do cartão para concluir suas compras online em sites parceiros. Os consumidores podem armazenar informações, endereços, cartões MasterCard e das demais bandeiras, nas funções crédito, débito e pré-pago, com maior segurança. Com isso, o serviço oferece rapidez aos consumidores nos checkouts de compras virtuais. Hoje, o MasterPass já possui parcerias com os bancos Banrisul, Caixa Econômica Federal e a Porto Seguro, para fornecimento de carteiras digitais, e com as varejistas Cnova (braço de e-commerce do Grupo Pão de Açúcar), Tray Shopping e as lojas virtuais Girafa e The Beauty Box. Qual a participação do MasterCard no e-commerce brasileiro? Há espaço para crescimento? Estamos em mais de 50% do mercado de e-commerce brasileiro. Estas parcerias reforçam nosso foco no apoio ao desenvolvimento do varejo local e projeta a bandeira como referência em soluções tecnológicas com alta segurança e comodidade para compras online. No país, hoje, os meios eletrônicos de pagamento representam 29% do consumo privado enquanto o comércio eletrônico ainda está na casa dos 10%. Ou seja, há muito espaço para crescer.
Brasil Econômico – SP