19/11/2014 LéaDeLuca Estimativa foi apresentada pela Visa , tendo como base o valor movimentado por empresas no país que ainda é feito em cash Considerando pequenas e grandes empresas de diversos setores, as vendas com cartões no Brasil poderiam alcançar R$ 106 bilhões. Os números, apresentados ontem pelo diretor de negócios com comércios na Visa do Brasil, Renato Rocha, são baseados no volume anual de transações pagas com dinheiro, cheque ou transferências. Do total de US$ 106 bilhões, US$ 51 bilhões seriam transacionados por pequenos negócios e o restante, pelos grandes. O cálculo do potencial é baseado no volume financeiro de vendas anuais pagos em dinheiro, cheque ou outros meios que não cartões. São US$ 51 bilhões no caso dos pequenos negócios, e US$ 55 bilhões para os grandes, segundo a consultoria Euromonitor. Rocha não previu em quanto tempo os cartões estariam dominando o mercado. Mas acredita no poder crescente dos dispositivos móveis para ampliar a aceitação dos cartões até mesmo para grandes empresas. Segundo o executivo, 65% de quem usa os dispositivos móveis para cartões são apreendedores. Mas a Visa vê vantagens para as maiores que vão além da solução de pagamento, segundo Rocha. Essas maquininhas móveis, que substituem os tradicionais POS (points of sale, ou pontos de venda, na sigla em inglês) são conhecidas como mPOS porque se acoplam a smartphones e tablets para permitir a venda de produtos e serviços com cartões. Entre os pequenos negócios e autônomos, Rocha estima que são os setores de vendas diretas e de serviços para casa os que mais tem potencial para crescer. Hoje, o volume financeiro transacionado com a ajuda desses dispositivos móveis é de apenas US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2,5 bilhões), segundo pesquisa encomendada pela Visa à Timetric. Para grandes empresas, o dispositivo pode facilitar a gestão do negócio, servindo tanto para reduzir filas em caixas tradicionais, para demonstrar produtos, vender fora do estoque da loja e, principalmente, administrar o relacionamento com clientes, acredita. A pesquisa da Timetric foi divulgada pela Visa ontem durante evento promovido pela iZettel. A empresa, criada na Suécia há pouco mais de quatro anos, fabrica dispositivos mPOS e entrou no Brasil em 2013 por meio de uma joint venture com o banco Santander. Os mPOS mobile point of sale (ponto de venda móvel, nome do aparelho que permite o pagamento com cartões) substitui os POS tradicionais. De acordo com o presidente da iZettel no Brasil, Anders Norinder, a empresa oferece algumas vantagens para o pequeno empresário, que começam pelo custo mais baixo e passam pelo prazo mais curto de repasse dos recursos ao usuário dois dias, em vez dos tradicionais 30. Os segmentos de vendas diretas e de pequeno varejo representam quase 60% dos nossos usuários. Temos hoje 135 mil e esperamos atingir 150 mil até o final deste ano, diz Norinder.Na cadeia dos pagamentos móveis, a iZettle é uma facilitadora de pagamentos, ou subcredenciadora – tem contrato com credenciadora GetNet e subcredencia estabelecimentos e autonômicos para aceitar cartões de bandeiras Visa e MasterCard. O Brasil é o segundo maior mercado de cartões do mundo e tem potencial para se tornar um dos protagonistas globais dos pagamentos móveis. Estamos no país há pouco mais de um ano e conquistamos 10 mil usuários por mês, afirma Norinder. Os comerciantes de vendas diretas (33,7%) e os pequenos varejistas (25,5%) são os principais usuários da solução iZettle no Brasil, informa Norinder. Rocha, da Visa, disse também que está focando na ampliação da aceitação de cartões em outras frentes, além dos dispositivos móveis. Uma das novidades é a aceitação de cartões por maquinas de vendas automáticas. Estamos atualmente com duas delas em teste, informou.
Brasil Econômico – SP