De janeiro a abril deste ano, 14,3 mil estabelecimentos do segmento de varejo de alimentos — composto por hiper e supermercados e outros empreendimentos — fecharam no país. O número, divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), é bem superior ao encontrado no mesmo período do ano passado. Nos quatro primeiros meses de 2015, foram fechados 2,4 mil pontos de venda.
Segundo Marco Quintarelli, consultor de varejo da Azo Negócios, os fechamentos ocorreram, majoritariamente, em duas situações motivadas pela crise econômica no país:
— Algumas redes grandes optam por rediagramar suas estruturas, diminuindo o número de lojas, para reorganizar suas despesas. E as empresas menores têm menos fôlego para resistir à crise e à queda no consumo — explica ele.
O recuo nas vendas, de janeiro a abril deste ano, foi de 3,2% — pior índice desde 2003. Um resultado muito significativo, já que os hiper e supermercados e estabelecimentos de produtos alimentícios, bebidas e fumo respondem por 30,3% do faturamento anual do varejo brasileiro e são responsáveis por 30,6% da força de trabalho no setor.
— Junto ao ano passado, passamos de 37.500 lojas fechadas. Foi o fundo do poço da crise no principal ramo de atividades do setor — afirma o economista Fabio Gomes Bentes, da CNC, avaliando que o cenário não tem como piorar: — O segundo semestre vai ser menos negativo. A inflação dos alimentos já começou a dar uma trégua. Se esse segmento reagir, vai ajudar, inclusive, a geração de postos temporários do varejo, em agosto e setembro. Pode ser que volte a ser principal porta de entrada do comercio varejista no mercado de trabalho.