Fabiola Paes, uma das responsáveis pelo laboratório de inovação da OASISLab, apresentou, durante o RetailTech, um estudo comparativo do cenário de tecnologia do varejo no Brasil e no mundo. De acordo com ela, a culpa das transformações no setor é da Charlotte, que nada mais é do que uma nova perspectiva do consumidor digital.
Hoje, há uma nova jornada de consumo na qual o cliente entra na loja física, favorita um produto e vai embora sem comprar nada. Após um tempo, ele recebe um cupom de desconto no celular e, por meio do e-commerce da loja, adquire o produto desejado anteriormente na loja física. Segundo Fabiola, outra mudança acontece nesse processo. Depois de comprar o produto, esse novo perfil do consumidor não espera o tempo de entrega do produto e se dirige até a loja física mais próxima para retirá-lo.
De acordo com Fabiola, o cenário do Brasil está muito próximo ao mundial quando se fala em tecnologia para o varejo. A análise desenvolvida pela OASISLab, em parceria com a ESPM, Liga Venure e Neomode, identificou cerca de 151 startups de varejo no mundo que são baseadas nessa nova jornada do varejo. Já no Brasil, o setor conta com 115 startups que estão transformando a inovação no varejo.
As startups encontradas no estudo foram retiradas das bases de dados da StartSe, da Associação Brasileira de Startups, do ranking 100 Open Startups, da Liga Ventures e da Universidade Positivo.
A partir do estudo, foram identificadas sete macro tendências no setor de tecnologia no varejo:
- IoT
- Realidade virtual e aumentada
- Inteligência artificial
- Mobile e aplicativos
- Pagamentos com um clique
- Operações e engajamento do consumidor
De acordo com Fabiola, a aplicação conjunta dessas soluções no processo de operações no espaço físico represente o conceito de Varejo 4.0 que, além de facilitar a experiência de compra por meio da sua inteligência digital, pode criar uma cópia virtual do mundo físico.
Como fica o setor varejista diante a essas transformações?
Após a divulgação do estudo, Helio Biagi, sócio fundador da OASISLab, comandou o primeiro debate da maior conferência de tecnologia do varejo do Brasil, o RetailTech Conference. O painel contou com a presença de Eduardo Terra, presidente da SBVC, Anderson Martins, gerente de Tecnologia da APAS, Julio Takano, conselheiro da SBVC, e Ricardo Amancio, diretor da CDL.
De acordo com Helio, o varejo precisa continuar absorvendo os novos padrões e se manter atualizado para atender esse novo consumidor apresentado na pesquisa, que dá uma ênfase maior do digital e as experiências de consumo. Porém, segundo Eduardo Terra, essa transformação digital não será a extinção das lojas físicas, mas sim uma reinvenção que melhorará e acelerará os processos, tanto no meio digital quanto no físico.
Para Julio Takano, quem não estiver preparado para essas transformações entrará em colapso e gerará um tempo de atendimento enorme que, consequentemente frustrará o cliente. Segundo o especialista, uma alternativa para atingir essa aceleração nos processos é a integração das startups no mundo do varejo. No caso, boa parte das empresas que possuem um e-commerce ou algum tipo de processo digital procuraram startups para desenvolver esse tipo de negócio.
Segundo Ricardo Amancio, diretor da CDL, no setor do varejo é uma questão de sobrevivência, dada a crise econômica e a grande concorrência do mercado. Esses dois fatores, combinados com o novo perfil do consumidor, nos força a inovar e buscar alternativas para se manter firme no mercado”, diz ele.
Fonte: Startse