Último dia do evento é marcado pela importância da inovação, propósito e diversidade na construção de empresas mais resilientes
Por Renato Müller
A NRF 2021 – Chapter One terminou na sexta-feira (22/01) com uma constatação: o novo panorama do varejo depende de inovação, parcerias e propósito. Com muita frequência, por sinal, esses três temas estão conectados. “Se você quer causar impacto, precisa estar aberto a parcerias que sejam significativas para os clientes e solucionem seus problemas”, afirma Mindy Grossman, presidente e CEO da WW International. Para ela, essas parcerias só têm sucesso se estão baseadas em propósitos em comum entre os parceiros e são alinhadas desde o topo das empresas. “As equipes precisam saber que têm o apoio do board para que essas parcerias estratégicas gerem resultados no dia a dia”, analisa.
Para Judith McKenna, presidente e CEO do Walmart International, boas parcerias e ações inovadoras têm um olho no peixe, outro no gato. “Precisamos agir no curto prazo e também pensar em um horizonte de tempo mais amplo, para estarmos bem posicionados para os próximos anos”, afirma. Para ela, momentos de crise são grandes oportunidades para fazer isso acontecer. “Crises são como guerras: elas aceleram o futuro. É o que aconteceu durante a Covid-19. Tivemos, e ainda temos, grandes desafios, mas conseguimos projetar melhor o futuro e alinhar toda a companhia. É nesses momentos que bons líderes conseguem impactar suas equipes e comunicar bem o propósito do negócio”, acredita.
Segundo a executiva, que comanda uma corporação com 700 mil funcionários e um faturamento de mais de US$ 130 bilhões anuais, já não é possível ter uma empresa distante dos clientes e das comunidades. “Precisamos entender o que é importante para os clientes e entregar isso por meio dos colaboradores. Com isso, é impossível ser relevante e não ter uma postura ativa em relação, por exemplo, à diversidade. As empresas precisam agir e estimular a diversidade em suas equipes, seja porque é o correto a fazer, seja por uma questão de sobrevivência do negócio”, afirma.
O papel da inovação
Quanto mais diversidade há nas equipes, maior a possibilidade de inovação, já que existem olhares diferentes sobre a mesma questão. “Precisamos criar ambientes de colaboração, com equipes multifuncionais que trabalham juntas para gerar benefícios para toda a empresa”, diz Kate Nadolny, VP Sênior de Estratégia e Inovação do grupo PVH. “Isso não é comum em grandes empresas, mas será essencial para o sucesso a partir de agora”, declara.
Na rede de materiais de construção Lowe’s, esse processo de inovação a partir de times funcionais se dá com a conexão com parceiros de negócios e clientes, gerando mais informações internas e externas que, então, geram insights nos diversos grupos de inovação existentes na varejista. “Para nós, descentralizar a inovação fez mais sentido, porque colocou o tema na pauta de toda a empresa e fez todo mundo entender que precisava ser parte da solução”, conta Cheryl Friedman, vice-presidente do Lowe’s Innovation Labs, que comanda as iniciativas de inovação da varejista.
Segundo a executiva, a inovação precisa democratizar o conhecimento na empresa e entre os parceiros de negócios, permitindo que todos encarem os desafios. “Esse processo cria os building blocks que podem ser usados em qualquer ponto de nossa estrutura e acelera a disseminação de informações e a inovação”, afirma. Com isso, a Lowe’s vem avançando no uso de robôs nas lojas para atendimento aos clientes, projetos de Realidade Aumentada para ajudar os clientes a escolher produtos e iniciativas ao longo da cadeia de distribuição. “Procuramos implementar inovações que possam melhorar tanto nossos processos internos quanto a experiência do cliente”, completa.
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