Um estudo feito pela Ingenico, empresa global de meios de pagamento, revelou um dado alarmante para quem vende pela internet: o Brasil é o país com maior índice de fraudes online do mundo, com um índice muito superior aos demais países que participaram do levantamento.
A pesquisa, intitulada Global Online Fraud Panorama (Panorama Global da Fraude On-line), leva em consideração grandes que utilizam os sistemas de pagamento da Ingenico. Foram detalhados resultados de 12 países: Alemanha, Bélgica, China, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Japão, México, Reino Unido e Rússia, além do Brasil. Confira aqui o relatório na íntegra.
De acordo com a empresa, a taxa de chargebacks em função de fraudes on-line em todo o planeta é de 0,6%. No entanto, o Brasil está muito acima deste número: estima-se que, no nosso País, este índice seja de 3,55% – quase 6 vezes mais!
O valor apresentado pelo estudo é semelhante ao dado exposto pela Konduto no início deste ano. No relatório Raio-X da Fraude, que levou em consideração uma amostragem de mais de 30 milhões de transações on-line, divulgamos que a média de tentativa de compras fraudulentas em nosso país foi de 3,58%. No entanto, a maioria destas tentativas são barradas pelo nosso sistema antes mesmo de as cobranças serem efetuadas nos cartões de crédito clonados.
Quem aparece logo abaixo do Brasil no ranking do Panorama Global é o México, com uma taxa de 2,82% de chargebacks. Os dois países da América Latina presentes no estudo possuem uma diferença enorme para a Rússia, terceiro lugar da lista, com 0,82%. Já China e Japão foram os países com menores índices de estornos decorrentes de fraudes on-line: ambos com 0,18%.
Outro dado interessante revelado pelo estudo está na relação da taxa de chargebacks de acordo com o valor médio da compra on-line. Não é muita surpresa que, quanto maior o ticket médio de um pedido, maior é o índice de tentativa de fraudes – transações de R$ 500 ou mais chegam a ter 0,7% de contestações.
Entretanto, a pesquisa aponta que há, sim, chargebacks para compras de ticket médio muito mais baixo. Pedidos de até R$ 35 chegam a ter 0,11% de contestação. Este valor é explicado pela fraude dos testes de cartão, em que criminosos realizam transações de pequenos valores apenas para “validar” os cartões de crédito que permanecem ativos em sua base de dados. Os cartões que ainda estão “quentes” são usados, então, fraudes de quantias mais elevadas.
São muitas fraudes! Será que é melhor parar de vender on-line?
Não! Muito pelo contrário: diversas empresas estão voltando suas atenções para as vendas on-line, e não é à toa que o e-commerce no Brasil tem sofrido pouco com a crise econômica dos últimos anos. De acordo com a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), o crescimento do setor em 2016 foi de 11%, com um faturamento de R$ 53,4 bilhões, e a expectativa é que este valor aumente mais 12% ao longo de 2017.
Você não quer ficar fora de todo esse crescimento e deixar de abocanhar uma boa parte desses bilhões de reais, não é mesmo?
Por isso, você não pode deixar que o medo da fraude impeça a expansão da sua loja virtual. Hoje em dia, é essencial para todos os tipos de negócio contar com uma solução de risco: é esta ferramenta que impedirá o seu e-commerce de sofrer uma taxa altíssima de contestações.
Uma boa solução não deve permitir que mais de 1% do seu faturamento seja perdido para contestações de chargebacks. Ao mesmo tempo, porém, um antifraude não deve barrar vendas boas: caso contrário, para deixar a sua loja com “fraude zero”, um antifraude poderia acabar bloqueando um percentual gordo de transações legítimas, por considerá-las suspeitas demais.
Afinal, como sempre falamos: um antifraude não deve servir somente para barrar fraudes. Um antifraude deve gerenciar o risco de uma loja virtual da melhor maneira possível, barrando o máximo de transações suspeitas, mas sem deixar que isso impacte negativamente as vendas boas e o faturamento de um negócio.
Fonte: E-Commerce News