À espera da Copa do Mundo da Rússia e otimista com a retomada da atividade econômica do País, o setor varejista espera movimentar suas vendas em R$ 1,5 bilhão no período do mundial. Desse montante, cerca de 36% serão provenientes da comercialização de artigos esportivos – o equivalente a R$ 548,2 milhões.
Para especialistas consultados pelo DCI, o período que antecede o mundial deve ser encarado como peça chave para impulsionar as vendas de artigos esportivos. “O crescimento no segmento do comércio, em anos de Copa do Mundo, tende a ser de 20%”, afirma o sócio-presidente Luis Henrique Stockler, da consultoria em franquias ba}Stockler.
De acordo com ele, esses grandes eventos esportivo – como o mundial e as Olimpíada –, no momento em que estão acontecendo, afetam negativamente o varejo, pois estimulam os potenciais consumidores a permanecerem na casa de familiares ou em bares para assistir os jogos e comemorar. “O brasileiro tem o hábito de festejar a cada partida e isso não necessariamente se reverterá no consumo de itens esportivos”, pondera Stockler.
No entanto, o especialista considera que, por ser um momento no qual envolve a paixão do brasileiro por futebol, o comércio de camisas de seleção deverá se destacar entre os itens mais vendidos nas gôndolas.
Stockler lembra também que “esses eventos importantes relacionados ao esporte tendem a incentivar os brasileiros a adquirirem hábitos mais saudáveis e ligados ao bem-estar”. Além disso, apesar de ser uma prática informal, Stockler aponta que a comercialização de bandeiras do Brasil também deve crescer também no período.
Na mesma linha de raciocínio, o especialista em varejo do Insper, Silvio Laban, indica que o entusiasmo pré-Copa dos consumidores faz com que a demanda por produtos – como meias de futebol, chuteiras, bolas e camisas de time – deva apresentar um “incremento importante.”
Assim como Stockler, Laban alerta para uma possível “decepção” do varejo de artigos esportivos no período dos jogos, pois “quem aproveita bem esse momento são geralmente os bares e o setor de serviços como um todo.”
O especialista destaca que o êxito e desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo também tem efeito direto no segmento de vestuário esportivo no período pós-evento. “Se o Brasil perder, a tendência é que a demanda pelos produtos diminua muito; se ganhar, o varejo se beneficia”, declara Laban.
Entre os brasileiros mais propensos a consumir nesta época do ano, Laban analisa que o público infanto-juvenil tende a ser mais “ávido”. “As crianças estão passando pela primeira Copa, apresentando maior ânimo com o evento e uma ingenuidade que faz com que consumam mais itens esportivos”, afirma o especialista. Em contrapartida, ele leva em consideração o ceticismo apresentado pelos adultos na compra de produtos relacionados ao evento, tendo em vista as “decepções” verificadas nos mundiais anteriores.
Para o diretor de marca da Decathlon, Danilo Silva, o evento tem potencial para impulsionar as vendas do negócio – relacionadas ao futebol – em 15%, considerando que “a loja não está apenas focada no movimento sazonal da Copa do Mundo, mas também em praticantes do esporte.”
Segundo Silva, nesta época é esperado que os artigos esportivos mais consumidos sejam: chuteiras, bolas, caneleiras, calções de futebol. Em relação às camisas de time, o executivo enfatizou que, embora haja demanda por esse tipo de item, o valor do produto é pouco acessível e é mais direcionado comercialmente a torcedores do que a “esportistas”.
E-commerce
Já no que diz respeito ao ambiente virtual, o especialista em comércio digital Alfredo Soares segue a perspectiva traçada por Stockler e Laban. De acordo com ele, também no e-commerce é possível que haja uma espécie de “dispersão” de potenciais consumidores no momento dos jogos e que é importante que o foco do varejista de artigos esportivos esteja na véspera do evento.
Soares acredita que, por se tratar de um ano de transição política – com algumas incertezas pairando no ar –, é preciso ter cautela para traçar de forma precisa o desempenho do segmento para o período.
Porém, ele ressalta que um dos produtos que devem apresentar maior demanda dos consumidores, no período pré-copa, são as camisas de time.
Segundo um ranking feito pela empresa Netshoes, os uniformes de seleções mais procurados no e-commerce para esta edição da Copa são das seguintes nações: Brasil, Portugal, Alemanha e Japão.
Em relação às vendas da camisa “canarinho”, a procura pelo produto na plataforma disparou 400% ante o ano de 2014, última edição do mundial, que foi realizado no Brasil.
Fonte: DCI