O termo “apocalipse do varejo” tornou-se tão comum nos Estados Unidos que já possui uma entrada na Wikipedia, fazendo referência ao sufoco das lojas físicas e à previsão de que metade dos shoppings do país devem fechar as portas até 2023. Mas pesquisas recentes e especialistas acreditam que a realidade na América Latina – e no Brasil – é bem diferente dessa.
Nos países latinos, existem 1,9 mil shoppings – consideravelmente poucos se comparados aos 1.200 registrados apenas nos Estados Unidos. O Brasil abriga 568 deles, de acordo com a ABRASCE, 10 a mais que o número visto em dezembro de 2016 e com previsão de abertura de mais dois ainda neste ano. Para o ano que vem, a associação espera a inauguração de quase 30 centros comerciais novos.
De acordo com uma pesquisa da Lizan Retail Advisors (LRA), o desenvolvimento de centros comerciais e shoppings segue com tendência de alta na América Latina como um todo, em oposição ao que se vê nos Estados Unidos. Por aqui, os shoppings “possuem um papel que vai além de lugares onde as pessoas compram”, diz o texto que acompanha a pesquisa.
Nesses países, o crescimento vertiginoso da classe média abre mais espaço para a criação de novos centros de compras. Ao mesmo tempo, a inclusão digital está em níveis ainda muito distantes de países como os EUA: uma pesquisa deste ano mostra o Brasil como um dos dez países do mundo com maior número de população desconectada – 70 milhões de brasileiros não têm acesso à internet. Tudo isso aumenta a atratividade de centros físicos de compras.
Especificamente no Brasil, a consultoria vêm algumas das empresas mais profissionais do setor, como Multiplan, Ancar Ivanhoe, BR Malls, Aliansce e Iguatemi. O texto destaca a ausência de grandes inaugurações durante a recessão econômica, mas acredita na recuperação desse setor.
Fonte: Infomoney