27/08/2015 às 05h00
Por Adriana Mattos | De São Paulo
Fundos de investimento da Península Participações, Ocean e Innova Capital fecharam acordo para compra do controle acionário na rede de padarias Benjamin Abrahão, de São Paulo. A informação foi confirmada ontem pela Península, empresa de investimentos do empresário Abilio Diniz. Innova Capital tem entre seus sócios Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, acionistas do Burger King e da Heinz. Em nota, a Benjamin Abrahão declarou apenas que, com a transação. a rede “se prepara para um novo ciclo, com a profissionalização de seu negócio”. A Benjamin Abrahão possui oito pontos de venda na capital paulista, em bairros como Higienópolis e Jardins, incluindo seis unidades localizadas dentro de universidades. A negociação envolveu a compra de mais de 50% da rede, com os novos sócios adquirindo controle acionário, segundo informações que circulam no mercado. A rede de padarias começou a operar na década de 40, mas a marca Benjamin Abrahão iniciou as atividades em 1987. O fundador, de mesmo nome, faleceu em 2001, deixando a rede para a família. Após sua morte, aos 76 anos, a empresa passou a ser dirigida pelas filhas e genros do fundador. Em parceria com o cunhado Vicente Safon Perez, Abrahão abriu em 1976 a padaria Barcelona, no bairro de Higienópolis, operação na qual a família teria um terço das ações hoje. Nos anos 80, no mesmo bairro, Benjamin Abrahão inaugurou a padaria que leva seu nome. Fundos criados pela Península e pelas empresas de investimento de Lemann têm buscado, nos últimos anos, opções nas áreas de consumo e serviços, com aportes não apenas em grandes companhias, como também em médias, com potencial de expansão acelerado. É sabido, por exemplo, que opções tem sido sondadas por Lemann em alimentação e educação. No caso da Península Participações, existiria interesse em negócios relacionados ao setor de bem estar e saúde e na área de educação e varejo. A operação envolvendo a rede de padarias pode ser explicada não só pela expectativa de retorno (num mercado mais resiliente às crises), como pelo potencial de expansão orgânica. Extremamente pulverizado, o setor de padarias no país é administrado, em grande parte, por famílias. Algumas redes enfrentam dificuldades econômicas, pela baixa profissionalização e problemas de gestão. Há espaço para se criar redes maiores e mais estruturadas, num eventual processo de consolidação do setor.
Valor Econômico – SP