22/04/2015 | 09:23 – Atualizado em: 22/04/2015 | 09:23
Ações como as da Cacau Show e da KoniMix já geraram um forte engajamento nas mídias sociais. Aplicativo de dublagem já foi baixado mais de 20 milhões de vezes em todo o mundo
A febre dos vídeos usando o aplicativo Dubsmash, em que o usuário dubla o trecho de uma música ou de um filme, contagiou também as marcas. Cacau Show, KoniMix Temakeria, Coca-Cola, FOM, Turma da Mônica e Tabasco são algumas das que aderiram à moda e postaram seus próprios vídeos nas redes sociais.
Apesar de ter sido lançado em novembro do ano passado, o app só se tornou popular no Brasil depois que celebridades, como o jogador do Barcelona Neymar e a apresentadora Xuxa, publicaram seus vídeos usando a ferramenta. Criada por um grupo alemão, o Dubsmash já foi baixado mais de 20 milhões de vezes em todo o mundo, e o Brasil figura entre os países que mais fizeram downloads do aplicativo neste mês.
Segundo a fundadora da agência DIZ’AIN, Juliana Diniz, já era de se esperar que algumas marcas pegassem carona na onda do Dubsmash, principalmente aquelas que já possuem um alto engajamento nas mídias sociais. Hoje em dia temos o marketing de oportunidades, então as agências estão de olho nas chances de pegar carona nelas, diz.
Nesse caso, estamos falando de uma brincadeira. As marcas que podem aderir de uma maneira mais imediata são as de varejo e as que têm um público mais jovem. Quando pessoas de grande expressão, como artistas, aderem e geram engajamento, a tendência é que as marcas façam também, completa Juliana.
O vídeo postado na fanpage Cacau Show no Facebook em clima de novela mexicana, por exemplo, já teve mais de um milhão de visualizações na rede social. Já o personagem da marca KoniMix, Shin, também se rendeu ao Dubsmash, para dizer que dieta só amanhã, e já teve mais de 60 mil visualizações.
A brasileira FOM usou uma colaboradora e suas famosas almofadas para dublarem a música Who let the dogs out?, e a marca Tabasco apostou na popular coxinha. As duas ações também estão no Facebook.
Apesar de a rede criada por Mark Zuckerberg ser a preferida para os compartilhamentos do Dubsmash, a Coca-Cola preferiu usar o Vine e a Perdigão o Twitter. A marca da BRF optou por uma estratégia diferente e curiosa, ao citar o Dubsmash, mas sem usá-lo. Em sua página oficial do Twitter, é possível ver um meme que diz: Adoramos o Dubsmash, mas ainda não deu para dublar nada, por motivo de pão com mortadela. A postagem repercute na mídia social.
Os especialistas ouvidos pelo Brasil Econômico ressaltam, porém, que só vale postar um viral se realmente houver sentido para a marca estar presente naquele formato. Entrar por entrar pode gerar desgaste, ressalta o sócio-fundador da agência 14, Bruno Maia.
Hoje temos muitas ferramentas e plataformas diferentes, mas cada uma tem uma característica própria. Replicar o mesmo conteúdo em várias plataformas é errado e não costuma dar certo. Uma marca não tem que aderir a tudo que é moda, e usar as plataformas de forma correta e que sejam aderentes às suas marcas, concorda a CEO da agência Arabella e presidente do comitê de Social Media do IAB Brasil, Paola Zingman, reforçando que apesar de considerar o sucesso do aplicativo uma onda, ela ainda vai durar por um tempo.
Entre os casos mais emblemáticos da boa utilização do Dubsmash, diz Paola, estão a Turma da Mônica, em que a própria Mônica filha do Maurício de Sousa, o criador das tirinhas dubla a voz da famosa personagem, que já teve mais de 505 mil visualizações; e a ação criada pela rede Telecine, em que os usuários que criarem um vídeo dublando um filme de um de seus canais podem ter seus filmes publicados no Instagram da empresa.
Ainda de olho na oportunidade, a marca Beleza Natural prepara sua estreia no Dubsmash, adianta Juliana Diniz, fundadora da DIZ’AIN. A empresa prepara seu próprio vídeo com a música do Roberto Carlos Debaixo dos caracóis dos seus cabelos.
Brasil Econômico on-line – SP