Por Julio Wiziack | Os supermercados brasileiros romperam a barreira de R$ 1 trilhão em faturamento no ano passado, o correspondente a 9,2% do PIB, segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados).
O Carrefour segue no topo dessa lista, com R$ 115,5 bilhões em vendas. Em seguida, estão Assaí Atacadista (R$ 72,8 bilhões) e Grupo Mateus (R$ 30,2 bilhões).
Boa parte desse resultado se deve à ampliação do número de lojas que, segundo a associação, saiu de 94,7 mil, em 2022, para 414,6 mil, em 2023 —340% de crescimento. No total, são mais de 318,3 mil supermercados no país.
Essa expansão, no entanto, se deve a uma parceria com o Sebrae, que compilou informações de micro e pequenos estabelecimentos do varejo alimentar antes não incluído no levantamento da Abras.
“Os números alcançados pelo setor não apenas refletem sua solidez, mas também a sua importante contribuição para a economia nacional”, disse o presidente da Abras, João Galassi, em nota.
Conflito de dados
Como mostrou o Painel S.A. em setembro do ano passado, os dados de faturamento da Abras, coletados pela NielsenIQ, eram contestados pela empresa de dados Scanntech.
Até então, a subnotificação ultrapassava os 60%, segundo a Scanntech. No ranking anual de 2022, a Abras havia reportado um faturamento de R$ 695,7 bilhões, enquanto o monitoramento da Scanntech já apontava um faturamento real de R$ 1,1 trilhão.
À época, a Scanntech afirmava que apenas em sua base de dados, coletada junto aos mais de 40 mil pontos de vendas de clientes como Carrefour e Pão de Açúcar, os R$ 695 milhões corresponderiam a 98% do mercado oficial reportado pela Abras. Afirmava que era impossível o faturamento ser este, já que a companhia não tinha 98% do mercado como cliente.
Contestada, a NielsenIQ então respondeu que o faturamento do varejo alimentar brasileiro só ultrapassaria R$ 1 trilhão se fossem incluídos dados de farmácias, perfumarias, bares, restaurantes, casas noturnas, eletro e ecommerce.
Fonte: Folha de S. Paulo