Recuperação no primeiro semestre cria um cenário otimista para o desempenho das vendas no restante do ano
Por Redação
O fluxo de clientes no varejo brasileiro vem se recuperando em relação ao período pré-pandemia. De acordo com dados do Índice de Performance do Varejo (IPV), realizado pela HiPartners e chancelados pela SBVC e 4Intelligence, depois de começar o ano mais de 45% abaixo do mesmo mês de 2019, o fluxo de consumidores nas lojas de rua fechou junho 29,2% abaixo da comparação com três anos atrás. Já nos shopping centers, houve redução de 39,84% para 26%.
Apesar disso, os números de junho mostram uma interrupção do movimento de recuperação visto nos primeiros meses. Em maio, o fluxo nas lojas de rua estava 23,39% abaixo dos níveis pré-pandemia, enquanto nos shoppings estava 13,32% abaixo.
“O fluxo de consumidores vem crescendo desde o início do ano, reduzindo a distância dos índices pré pandemia. A recuperação é crescente e deve acelerar no segundo semestre, período sazonalmente mais aquecido pelas datas de Black Friday e Natal”, afirma Ricardo Fioravanti, CEO da FX Data Intelligence.
Segundo Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o cenário para o segundo semestre é de otimismo. “Até o momento, vemos altas expressivas principalmente nos setores de Moda e Beleza, considerando o retorno gradual da vida social da população e a demanda mais acentuada por esses tipos de produto. Com a previsão de uma possível desaceleração da inflação neste segundo semestre e o índice de desemprego em queda, temos situações bastante favoráveis para o setor como um todo”.
Em relação a 2021, o mês de junho apresentou recuperação nos números, com alta de 16% no fluxo das lojas de rua e 21,4% nas lojas de shopping centers. O número de transações subiu 22,3% nas lojas de rua e 25,5% nos shoppings, levando o faturamento a subir, respectivamente, 22,6% e 10,6%. Com isso, o tíquete médio teve, em termos nominais, a primeira alta do ano para as lojas de rua (0,2%).
Os segmentos de Eletroeletrônicos e Lojas de Departamentos apresentaram as maiores quedas no fluxo de visitação para junho de 2022 quando comparado com junho de 2021, com contração de 25,4% e 19,5%, respectivamente. O setor com a maior alta, por sua vez, é o de Beleza (48,9%), seguido pelo de Moda (41,1%). Isso pode ser explicado pelo efeito da pandemia de manter as pessoas mais tempo dentro de casa, fazendo com que a base de comparação esteja comprimida.
No mês de junho, os consumidores aumentaram a avaliação positiva de shoppings centers em relação ao mesmo período do ano passado. A alta no Índice de Reputação (RRI) foi de 0,02 ponto, encerrando o mês em 9,15.
Em 2022, o fluxo de visitação na semana encerrada no Dia dos Namorados (média móvel 7 dias), foi maior, em média, em 23,9% para lojas de rua e 25,1% para as de shopping, na comparação com as outras semanas do mês. O resultado foi melhor que o visto para o período pré-pandêmico para lojas de shopping, quando a alta havia sido de 17,3%. Já o crescimento do fluxo nas lojas de rua ficou um pouco abaixo dos 26,8% registrados em 2019.
Dia dos namorados VS outras semanas do mês (Média móvel de 7 dias) | ||
ano | Lojas de rua | Lojas de shopping |
2019 | 26,78% | 17,29% |
2021 | 19,23% | 14,50% |
2022 | 23,88% | 25,13% |
Fonte: SBVC