03/02/2015 Reuters Com aquisição, grupo se torna o terceiro maior fornecedor de construção do mundo e líder na Europa O grupo irlandês de materiais de construção CRH acertou pagar 6,5 bilhões (US$ 7,4 bilhões) pelos ativos que Lafarge e Holcim precisavam vender para garantir a aprovação regulamentar para sua planejada fusão. O CRH, principal produtor de asfalto para estradas nos Estados Unidos, informou ontem que o acordo expandirá seu alcance global, fazendo da companhia a maior fornecedora de construção na Europa Central e Oriental e a terceira maior do mundo. A empresa vai financiar a compra, que irá duplicar sua exposição aos mercados emergentes, com 2 bilhões em dinheiro, nova dívida e uma colocação de ações de 9,99%, segundo comunicado divulgado. Estamos adquirindo uma carteira de ativos de qualidade que complementa as nossas posições existentes a um valor atrativo e no ponto certo do ciclo (econômico), disse o presidente-executivo do CRH, Albert Manifold. Lafarge e Holcim anunciaram planos de fusão no ano passado, na esperança de reduzir custos e combater o excesso de capacidade e fraca demanda. A nova empresa será a maior fabricante de cimento do mundo, com US$ 44 bilhões em vendas anuais. Ambas disseram que a venda para o CRH assegurava que sua fusão estava no caminho certo para ser concluída no primeiro semestre deste ano, com a grande maioria dos ativos que precisavam vender sendo agora detidos por compradores. O CRH disse que estava comprando ativos principalmente na Europa, Canadá, Brasil e Filipinas, e que o negócio impulsionaria, se concluído em meados de 2015, seu lucro recorrente em cerca de 25% no primeiro ano completo de propriedade. Cerca de 90 milhões de sinergias líquidas de custos de implantação também deverão ser alcançados nos três primeiros anos pós-aquisição, acrescentou a empresa. No Brasil, os ativos da Lafarge e Holcim postos à venda, segundo comunicado publicado no site da Lafarge, incluem três fábricas integradas, sendo duas da Lafarge Matozinhos e Arcos Jazida, ambas em Minas Gerais e uma da Holcim, a Cantagalo (RJ), além de duas estações de moagem da Lafarge, a Arcos Cidade e a Santa Luzia (MG), que juntas possuem capacidade total de 3.6 milhões de toneladas de cimento, e uma usina de concreto da Holcim, em Pouso Alegre (MG). Ainda segundo o comunicado divulgado pela companhia irlandesa, os ativos brasileiros combinados da Lafarge e da Holcim geraram em 2014, juntamente com a operação nas Filipinas, uma receita de 0,6 bilhão, a segunda maior fora da Europa. Apenas o Canadá, com 1 bilhão de faturamento no ano passado, registrou receita maior fora da União Europeia. A aquisição ainda depende de aprovação de órgãos regulatórios.
Brasil Econômico – SP