Segundo o banco, a reabertura da economia deverá ser um processo gradual ao longo dos próximos trimestres
Por Regiane Medeiros
Em relatório, o BTG Pactual (BPAC11) declarou que o setor de varejo no Brasil tem um caminho desafiador para 2021.
Após sinais de recuperação cada vez menores no final de 2020 (com um desempenho mais fraco do que o esperado em dezembro), no primeiro trimestre de 2021 grande parte das varejistas tiveram lojas fechadas (entre final de fevereiro e março) em função das restrições da segunda onda do coronavírus.
Por outro lado, o comércio eletrônico se destacou apesar de, como esperado, desacelerando em relação aos trimestres anteriores.
De acordo com o BTG, o setor recuou 8% no acumulado do ano e apresenta alta volatilidade, com o mercado buscando antecipar a reabertura da economia, que, segundo o banco, deve ser um processo gradual nos próximos trimestres. O BTG pontuou ainda quatro enfoques principais para 2021:
- O desempenho dos players de comércio eletrônico a partir do segundo trimestre de 2021, após um grande crescimento em 2020;
- O ritmo de recuperação de segmentos como vestuário (que teve desempenho inferior no ano passado e no início de 2021);
- Forte resiliência de segmentos que também se beneficiaram dos efeitos positivos do Coronavoucher, como varejo alimentar e materiais de construção;
- Desalavancagem operacional ainda em curso, visto que, apesar das medidas de otimização de custos, parte da base de lojas foi fechada nos primeiros meses do ano.
Uma combinação de segmentos resilientes
O BTG frisou ainda que o comércio eletrônico continua sendo um destaque, se beneficiando da mudança digital durante a pandemia, enquanto apresenta uma tendência de desaceleração em relação ao seu pico no meio do ano.
“Vemos o GMV online da MGLU crescendo 112% a / a e da Via Varejo 98% a / a, enquanto a B2W deve crescer 90% a / a (uma aceleração significativa em relação ao trimestre anterior)”.
“No caso da MGLU, deve registrar um crescimento de 61% a/a no GMV total, com SSS abaixo de 2,4% aa e Ebitda R$ 332 milhões”, disse o BTG.
Já os varejistas de alimentos Assaí, Grupo Mateus e Carrefour parecem novamente prontas para apresentar resultados resilientes, enquanto as Lojas Quero Quero (SSS aumentou 31% a / a), Petz (SSS aumentou 33% a / a), Track & Field (SSS + 18%) e Hypera (vendas + 44%) devem registrar forte performance no período.
Fechamentos de lojas e grande desalavancagem operacional para varejistas de vestuário Do lado negativo, o SSS da C&A caiu 23% ano / ano contra -17% para Centauro e + 1% para Hering.
Arezzo deve ser uma exceção, com vendas totais crescendo 28% (ou ~ 15% excluindo Reserva), ressaltou o BTG.
“No caso específico do vestuário, a recuperação veio abaixo do esperado em janeiro e fevereiro (antes do aumento das restrições de mobilidade em BZ), com a rentabilidade ainda sob pressão, considerando maior penetração do comércio eletrónico e uma abordagem mais promocional, bem como importantes operações desalavancagem”.
O BTG declarou ainda que as varejistas de vestuário e calçados devem se beneficiar durante o ano dado a demanda reprimida em 2020.
“Para o final do ano de 2021, temos uma cesta de nomes de comércio eletrônico (MELI e MGLU), Arezzo, Petz e Lojas Quero Quero”.
Fonte: Eu quero Investir