Durante live do Banco Central, representantes de todo o ecossistema varejista analisam impacto do PIX, novo sistema de pagamentos, sobre os negócios
O novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, o PIX, deverá tornar a economia brasileira mais produtiva e eficiente, reduzindo os custos e aumentando a velocidade das transações financeiras. Essa é a visão de Jorge Luiz de Lima, subsecretário de ambiente de negócios e competitividade do Ministério da Economia, durante live realizada na semana passada pelo Banco Central.
Com 980 instituições financeiras que já aderiram à plataforma, que entrará no ar no próximo mês de novembro, o PIX usará QR Codes e links de pagamento para facilitar o acesso dos consumidores a um modelo de transferência instantânea de recursos, que funcionará 24 horas por dia, 365 dias por ano. Para o varejo, essa é uma transformação importante.
“O uso de aplicativos de pagamento não é mais tendência, é uma realidade”, diz Helio Biagi, presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). De acordo com o estudo “Panorama dos Meios de Pagamento no Varejo Brasileiro”, publicado pela entidade, 70% das empresas varejistas fizeram alguma mudança em sua estratégia de meios de pagamento nos últimos 12 meses.
Carteiras digitais, parcerias com marketplaces e empresas de cashback, além do uso de QR Codes, são as principais respostas do varejo para lidar com a digitalização do consumidor e com os efeitos do coronavírus. “O PIX vem ao encontro desse movimento e contribui para a evolução das soluções de pagamento, acelerando esse processo de digitalização do varejo”, acrescenta Biagi.
Especialmente no pós-Covid, em que os consumidores deverão adotar hábitos mais digitais, o PIX terá um impulso extra. “A alteração das formas de pagamento será grande e temos características no PIX que dão suporte às mudanças nas dinâmicas comerciais, beneficiando todo o mercado”, analisa Carlos Eduardo Brandt, chefe adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central.
Uma revolução no varejo
Os impactos do PIX deverão ser sentidos tanto nas lojas físicas quanto no varejo online. Com a possibilidade de uso de QR Codes e confirmação instantânea dos pagamentos, as filas no comércio podem diminuir bastante. Um setor que será fortemente impactado é o de bares e restaurantes. “Temos 1 milhão de estabelecimentos no País e 80% deles movimentavam, antes da crise, menos de R$ 20 mil por mês. Em 200 mil bares e restaurantes, movimenta-se menos de R$ 5 mil mensais, e o grosso dessa movimentação se dá em dinheiro, o que gera problemas de segurança pública e operacionais”, diz Paulo Somucci, presidente da Abrasel. “Essas questões são resolvidas com o uso do PIX, que ainda por cima contribui para colocar no mercado 45 milhões de pessoas que hoje não estão no sistema bancário”, acrescenta.
No varejo online, os impactos do PIX também deverão ser muito positivos. Com o novo sistema, o índice de abandono dos carrinhos de compra pode ser reduzido, aumentando a taxa de conversão e as vendas do setor. “O PIX traz menos atrito no pagamento, com um processo simplificado pelo link de pagamento ou QR Code. Também é uma imensa vantagem em relação ao boleto, que precisa ser pago online ou fisicamente e demora até 48 horas para ser processado. Com o PIX, a confirmação de compra é feita em segundos, com mais segurança”, avalia Marcio Mine, coordenador de pagamentos da Dafiti.
Nos bastidores, um forte trabalho de integração de sistemas já vem sendo realizado, para garantir que o varejo possa, em novembro, começar a utilizar o PIX. “Integramos o Fórum do PIX no Banco Central e, com isso, participamos do desenvolvimento da API padrão de recebimento, que vai automatizar todos os processos necessários para que o sistema funcione perfeitamente”, explica Edgard de Castro, vice-presidente de relações institucionais da Afrac. “As empresas de software deverão receber a versão final da API em julho, para que possam atualizar seus sistemas para capacitar o varejo a adotar o PIX desde o início”, revela.
Para o Ministério da Economia, o PIX é um elemento essencial para a retomada da economia no pós-Covid. “Sabemos o peso da área de serviços e comércio na economia brasileira e o PIX tem um papel relevante em dar mais eficiência e competitividade a esses setores, pois trará redução dos custos de operação, beneficiando tanto as empresas quanto o consumidor final”, conclui Jorge Luiz de Lima, subsecretário de ambiente de negócios e competitividade do Ministério.
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Fonte: Redação SBVC