16/10/2014 Erica Ribeiro Segmento vai passar dos atuais oito shoppings em 2014 para 15 em dois anos, com maior número de lojas por empreendimento O mercado de outlets no Brasil vai movimentar R$ 4,4 bilhões até 2016 e passar de oito empreendimentos contando com a com a inauguração do Catarina Outlet (SP) neste sábado e o OFF Outlet Fashion Fortaleza,no dia 5 de novembro para 15, em um período de dois anos. Uma das peculiaridades dos novos outlets é o mix formado por muitas marcas internacionais, que se preocupam agora em não escoar nestas lojas produtos de segunda linha, mas itens de coleções passadas ou atuais, que tenham tido menor giro nas lojas tradicionais. O motivo: o consumidor das classes A e B que compra nestes shoppings, consome as marcas fora do Brasil ou em empreendimentos de luxo no país. E a classe C, que também está cada vez mais presente no outlet, é atraída pelo binômio preço e qualidade. Nesta segunda onda dos shoppings outlet no Brasil, além de um bom mix, que mistura marcas nacionais e internacionais conhecidas do público, a preocupação está em criar projetos que ganham no volume de vendas, com condições operacionais de custo atraente. Por isso, vamos experimentar esse salto no número de outlets em dois anos. Os empreendimentos estão sendo criados para garantir esta equação, afirma André Costa, sócio da Agência Brasileira de Outlets (About), consultoria especializada na formatação de vários destes empreendimentos no Brasil. Segundo ele, o investimento em um outlet varia de R$ 80 milhões a R$ 140 milhões, dependendo da empresa responsável pelo empreendimento. O OFF Outlet, em Fortaleza,desenvolvido pela Varicred Empreendimentos e Participações, de São Paulo, com 90 lojas e 200 mil metros quadrados de área, teve custo de R$ 80milhões, enquanto o Catarina Outlet, da JHSF, segundo uma outra fonte do setor, teve investimentos em torno de R$ 100 milhões. A diferença, diz a fonte, está no fato de o Catarina ter tido atrasos na entrega das obras, o que certamente afetou o custo financeiro do empreendimento. Hoje, os outlets têm, em média, 66 lojas por empreendimento. Em 2016, serão 85 lojas por empreendimento. Para que os outlets possam aumentar seus ganhos em volume, precisam ter mais oferta para o consumidor. Porque uma pessoa quando sai de casa para ir até um outlet, faz isso com a intenção de comprar, completa Costa. O outlet tem que ter como premissa o conceito de vantagem. E cada vez mais é um local para todos os consumidores, de A a C, explica. Ele cita que, por isso mesmo, quando um outlet investe em grifes do mercado de luxo, precisa ter um volume de itens importados que possam garantir o giro, sem falhas nas lojas. Porém, como boa parte dos empreendimentos são feitos com pouco espaço para estoque, é preciso programar a entrada de produtos. As dificuldades de acesso a itens importados fica um pouco maior se o outlet fica fora do eixo Rio-São Paulo, onde o escoamento dos produtos acontece de forma mais ágil. Sem contar que todos eles estão próximos das rodovias, continua ele. No mundo, o Brasil ainda é um entrante neste mercado. Mas, segundo Costa, cresce o interesse de empreendedores nesse segmento. Segundo pesquisas da About, depois de adquirir 41% do Platinum Outlet de Novo Hamburgo, o Grupo Iguatemi estuda novos projetos nas cidades de Belo Horizonte (MG), em 2016, Tijucas (SC), em 2017, e Jundiaí (SP),em 2018. A General Shopping, informa a pesquisa, iniciou as obras em Duque de Caxias (RJ) e também está em tratativas com o Grupo J.Malucelli para desenvolver um outlet na região metropolitana de Curitiba para 2016. O Grupo Tacla, de Curitiba, iniciou em abril deste ano a construção de seu primeiro Outlet em Porto Belo(SC), enquanto a BR- Malls, depois de encerrada a parceria com a Simon Property Group para o primeiro Outlet no Brasil, no km44 da Rodovia Castelo Branco (SP), mantém de pé a expectativa de desenvolver o seu projeto. Mas lojistas que assinaram contratos com o grupo informaram que o projeto foi adiado para 2016.
Brasil Econômico – SP