15/10/2014
Por Marina Falcão | Do Recife
Com objetivo de se fortalecer no segmento de dermocosméticos (produtos de beleza vendidos em farmácias), a fabricante de medicamentos e suplementos alimentares Divcom Pharma pretende gastar R$ 130 milhões no próximo ano com lançamento de produtos e ampliação da sua fábrica em Pombos (PE). A empresa, dona de marcas como Calcitran e Varicell, fará todos os investimentos com recursos próprios.
A Divcom deve encerrar o ano com faturamento de R$ 280 milhões, crescimento de 40% em relação ao ano passado. Para 2015, o presidente Marcos Guimarães projeta elevação de 33% nas vendas brutas, que devem alcançar R$ 370 milhões.
Com dinheiro obtido com venda da sua distribuidora de medicamentos, o empresário goiano fundou a Divcom em 2000 a partir da compra de algumas marcas da farmacêutica Medley. Entre elas, a Calcitran, que até hoje está no mercado.
A fabricação foi terceirizada até que, em 2007, Guimarães decidiu comprar uma pequena fábrica de remédios em Pombos, a 65 km do Recife, de olho nos incentivos fiscais da região. Na época, lembra o empresário, pagou US$ 3 milhões pelo ativo. De lá para cá, a Divcom passou a ter produção própria, investiu na melhoria de sua fábrica, comprou e lançou outras marcas. Atualmente, o portfólio é composto por nove marcas e 20 tipos de produtos.
Este ano, apenas para lançar o Imecap Cellut (pílulas para combater celulite), a Divcom está investindo R$ 32 milhões. Para a divulgação na TV, contratou a atriz Deborah Secco. O Imecap Cellut dá continuidade a linha de produtos da marca que já conta com o Imecap Rejuvenescedor – cuja garota propaganda é a atriz Carolina Ferraz- e o Imecap Hair.
O crescimento da marca faz a empresa investir R$ 20 milhões na ampliação da sua fábrica. As obras devem começar no segundo semestre de 2015 e a produção na extensão da fábrica deve atingir pleno vapor em 2016. “Já está no nossos planos o lançamento de um protetor solar em pílulas”, conta.
O acelerado crescimento da Divcom, que desde 2010 é auditada pela Deloitte, e a posição de liderança de algumas de sua marcas, como a Varicell, atrai fundos de investimentos. Este ano, por intermédio do Credit Suisse, a empresa foi procurada pelo Pátria, já é dono do laboratório Natulab, da Bahia.
Contudo, enquanto a Divcom tiver recursos em caixa para honrar os seus planos de crescimento, Guimarães não quer saber de sócio. Para ele, até 2016 não é interessante vender a companhia. “Há muito o que fazer ainda. Pelo ritmo atual, devemos ganhar porte rapidamente e melhorar a nossa avaliação entre possíveis compradores”, explica.
No momento, diz, o que justificaria uma sociedade com um fundo seria o interesse em aquisições. “Mas não vejo que é o momento desse mercado ainda. Os ativos bons ninguém quer vender”, afirma Guimarães. Com 270 funcionários diretos e 130 terceirizados- mais 100 serão contratados com a ampliação da fábrica -, a Divcom enfrenta as multinacionais L’Oréal, Nestlé e Stiefel como principais concorrentes.
Este ano, o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) deve ficar em cerca de R$ 80 milhões, com margem de 34%. Guimaraes acredita que, apesar do volume de gastos programados para 2015, será possível manter a margem. “Também não vai dar para aumentar [a margem], pois não queremos subir muito os nosso preços”, afirma Guimarães. Segundo o empresário, a Divcom não tem dívidas.