Atualmente, 578 milhões de chineses têm carteira digital para compras on-line, e esse número cresce a taxas de dois dígitos a cada ano. As empresas brasileiras que quiserem exportar para a China precisam acelerar o desenvolvimento de tecnologias de pagamento on-line, pois o comércio eletrônico com a venda direta ao consumidor representa hoje a melhor opção para entrar naquele país. A avaliação é de Eduardo Terra, sócio da BTR Consultoria e presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
De acordo com o executivo, na China, 5,112 bilhões de pessoas possuem celular (67% da população) e 3,484 bilhões usam redes sociais, o que mostra o potencial de consumidores no país. Atualmente, 578 milhões de usuários na China já possuem carteira digital para pagar compras on-line, e esse número cresce a taxas de dois dígitos a cada ano.
“Na China é muito comum fazer pagamentos usando o QR Code [código de imagem], uma tecnologia que só agora começa a ganhar força no Brasil. Na China, já estão começando a adotar o pagamento via reconhecimento facial. As empresas brasileiras precisam estar atentas a essas mudanças e acelerar o desenvolvimento de tecnologias para competir nesse mercado”, afirmou Terra.
O executivo observou que o comércio eletrônico chinês está dominado pelas empresas Alibaba e Tencent (dona do WeChat), porque essas empresas desenvolveram um ecossistema de serviços para os internautas dentro de suas plataformas e um serviço de pagamento digital eficiente.
Atualmente, de acordo com dados da empresa de pesquisas Worldscore, 39% das vendas on-line na China são processadas pelo Alipay, serviço de pagamento digital do Alibaba. Outros 33% ficam nas mãos do WeChat. A Apple Pay responde por 5% do total e a Xiaomi, por 2%.
Na China, o TMall, do Alibaba, é o maior comércio eletrônico que permite a venda de marcas internacionais para os chineses. De acordo com Terra, atualmente existem 15 marcas brasileiras operando nesse marketplace, incluindo as marcas Havaianas (da Alpargatas), Melissa e Ipanema (da Grendene) e Tramontina.
“É um número baixo, se observarmos que a Austrália, por exemplo, tem 1.200 marcas no TMall”, comparou Terra.
Alberto Serrentino, sócio e fundador da Varese, cita como outras opções de comércio eletrônico para a venda “cross-border” (que permite ao consumidor importar comprando direto de um site estrangeiro) na China o JD.com, da Tencent, o Suning e PinDuoDuo.
Os executivos participaram do evento “China uma viagem para o futuro”, realizado pela Cidade Center Norte, em parceria com a Associação Brasileira de Franchising (ABF) e as consultorias BTR e Varese, em São Paulo.
Fonte: Valor Econômico