O mercado de franquias deve continuar crescendo impulsionado pelo setor de serviços. Diversificação das praças e modelos consolidados na crise, como quiosques – mais enxutos – seguem como algumas das principais estratégias das empresas para 2019.
O segmento de franquias movimentou R$ 170 bilhões em 2018, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF). Para este ano, a entidade projeta alta de 8% a 10% do faturamento e aumento na geração de empregos diretos em torno de 5%.
O contínuo avanço do setor de serviços no País, que já representa 73,2% do Produto Interno Bruto (PIB) – conforme o IBGE – tem impulsionado as franquias.
“Um dos pontos de destaque do desempenho é justamente o investimento em novos formatos de negócios que surgiram durante a crise. O mercado de franquias teve crescimento puxado pela prestação de serviços nas áreas de alimentação, beleza e bem-estar, limpeza, entretenimento e lazer”, diz a gerente de inteligência de mercado da ABF, Vanessa Bretas.
Segundo a dirigente, outro aspecto fundamental para a evolução do faturamento das redes foi a instalação de unidades de negócio em praças antes pouco exploradas. “Percebemos também a chegada de modelos mais enxutos dentro de universidades, laboratórios de análise clínicas e centros empresariais, por exemplo”, disse Vanessa.
Além disso, o presidente da ABF, André Friedheim, declarou que, a partir de 2019, com maior confiança empresarial e também do consumidor, existe otimismo para a retomada de um crescimento mais robusto desse mercado. “Ao contrário dos últimos dois anos, devemos atingir aumento de dois dígitos na receita em 2019. Acreditamos que os juros baixos podem estimular a abertura de novos negócios no Brasil”, afirmou Friedheim.
Um dos exemplos de franquias voltadas para a prestação de serviços é a rede de lavanderias Laundromat. “Em virtude das grandes despesas no modelo tradicional, decidimos em 2017 começar a implementar um formato menor e também automatizado”, declarou o diretor da rede, Nicolas Lopez, destacando que até agora foram inauguradas sete lojas dessa categoria no Estado do Rio de Janeiro. Nos próximos 60 dias, ele conta que devem ser abertas mais 5 unidades.
Segundo ele, além da necessidade de economia, havia uma demanda por atender melhor o consumidor final em horários e dias da semana com maior demanda de lavagem de roupas. “Com lojas a partir de 15 m² a 20 m², conseguimos ter menos funcionários e, dessa forma, permanecer em operação durante o período da noite e também aos finais de semana, que são geralmente quando as pessoas têm mais tempo para lavar as roupas”, argumentou Lopez.
Conforme o executivo, hoje a rede tem cerca de 87 unidades. E a partir de agora a expansão se dará por meio desse modelo mais enxuto, o qual tem se mostrado mais viável.
Para a fundadora da consultoria de franquias grupo Bittencourt, Cláudia Bittencourt, redes de prestação de serviços têm buscado principalmente promover comodidade aos consumidores e capilaridade no território nacional com formatos mais enxutos.
“Esses modelos menores de franquias permitem que o empreendedor se instale com uma boa estrutura de marca já conhecida, sem precisar construir um negócio do zero”, diz.
Ainda neste sentido, o diretor da rede de serviços de limpeza comercial Jan-Pro Brasil, Renato Ticoulat, ressalta a vantagem de atuar de forma regional no Brasil para ganhar escala na abertura de novas unidades de negócio. “Nosso processo de crescimento nos últimos anos se deve à inauguração de 12 escritórios regionais, os quais vendem franquias”, diz Ticoulat, lembrando que em 2017, foram comercializadas 41 novas operações e, em 2018, 65 unidades por meio de ações regionais.
Outra rede que tem se beneficiado desse movimento positivo do segmento de serviços é a Spa das Sobrancelhas. A franquia possui 400 unidades em funcionamento no Brasil e, de acordo com a presidente do grupo, Jane Muniz, os resultados obtidos nos últimos anos são frutos do trabalho de treinamento dos franqueados e equipe de funcionários.
“A empresa oferece quatro módulos de treinamento das técnicas e serviços da rede, além do programa de capacitação em gestão”, complementou a executiva.
Fonte: DCI