As vendas do setor farmacêutico somaram R$ 39,46 bilhões no país em 2016, alta de 11% na comparação com o ano anterior, informa a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Os dados foram compilados pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP).
O crescimento é inferior ao avanço de 12% em 2015. O setor vem desacelerando nos últimos anos devido à recessão econômica, que em 2016 provocou algo inédito em mais de uma década: a queda da venda de “não medicamentos”, como cosméticos, perfumaria e itens de conveniência.
Desde que preside a Abrafarma, há 16 anos, é a primeira vez em que Sérgio Mena Barreto vê o crescimento da venda de medicamentos superar a de produtos de higiene e beleza. “A venda de não medicamentos diminuiu em quase 20 milhões de unidades, reflexo da queda de renda e da perda do poder de consumo. O medicamento é essencial, uma das últimas coisas a ser cortada da cesta”, analisa.
A comercialização de medicamentos cresceu 10,93% em 2016, para R$ 26,61 bilhões. O segmento de não medicamentos subiu 7,41%, para R$ 12,85 bilhões – pela primeira vez desde 2011, a alta é menor que 10%.
“Em momentos de crise, os consumidores deixam de comprar itens que não sejam de primeira necessidade, pois sentem mais fortemente a perda do poder de consumo”, avalia Barreto. Os não medicamentos representam 32,56% do faturamento das 27 redes associadas à Abrafarma.
Com o consumidor decidido a economizar, os genéricos tiveram o maior crescimento em vendas do setor, para R$ 4,66 bilhões, acréscimo de 13,87% sobre 2015. Foram vendidas mais de 293 milhões de unidades desses produtos.
De janeiro a dezembro, 494 lojas foram inauguradas, para um total de 6,4 mil estabelecimentos. O setor criou quase oito mil empregos formais, totalizando 112,7 mil profissionais. As redes associadas representam 44% das vendas de medicamentos no país.
Neste ano, a associação quer pelo menos empatar com 2016. “Se o setor conseguir parar a desaceleração, já terá sido de bom tamanho”, diz Barreto. A previsão é de abertura de 500 lojas e investimentos próximos a R$ 700 milhões.
Fonte: Valor Econômico