Alberto Serrentino aborda questões essenciais para o futuro do varejo em seu novo livro
Com base numa extensa observação de mais de 30 anos de vivência com empresas, empresários e líderes, Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, boutique de estratégia de varejo, alerta: num ambiente de crescente complexidade, é cada vez mais importante pensar de forma simples.
O autor propõe que o aumento progressivo da complexidade vem desafiando as empresas a avaliar a estratégia de negócio e definir as prioridades da gestão. Com este propósito, Serrentino escreveu o livro Varejo e Brasil: Reflexões Estratégicas, que será lançado no dia 26 de outubro às 18 horas na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, em São Paulo.
Em entrevista exclusiva ao portal NOVAREJO, ele falou sobre os desafios da multicanalidade, a importância de cobrir as tarefas básicas como premissa, o novo papel das lojas físicas e outros temas estratégicos que aborda em sua obra e considera relevantes para o futuro dos negócios de varejo.
Maturidade do varejo brasileiro
De acordo com Serrentino, a leitura a partir dos ciclos de evolução permite visualizar o amadurecimento gradativo do varejo brasileiro. Isto está retratado no grau de internacionalização, número de empresas de capital aberto, participação de fundos de investimento em empresas, grau de concentração, cobertura de mercado de redes, transparência, governança, controle, incorporação de tecnologias, crescimento de franchising e shopping centers. O resultado é o maior grau de competitividade do mercado e das empresas, afirma o consultor.
Equilíbrio entre inovação e execução
Serrentino defende que a melhor abordagem para a construção de uma estratégia de negócios de varejo deve ter um propósito como pano de fundo. O processo começa pela definição de posicionamento (cliente alvo, atributos e proposta de valor). A construção da arquitetura estratégica deve considerar a boa execução do básico como premissa e o equilíbrio entre inovação e execução, destaca o autor. Todo o processo deve ser feito de fora para dentro e pensando simples.
Ele explica que o propósito permite criar negócios baseados em valores, alinhar e engajar pessoas e fortalecer cultura. Isto cria consistência na relação com todas as partes interessadas (stakeholders), o que inclui os vínculos com clientes. Varejo é um negócio que tem muita gente interagindo com muita gente, e o propósito conecta as pessoas.
Clientes sem fronteiras
Para Serrentino, o principal desafio que a multicanalidade representa para o varejo é a construção de modelos de negócio integrados, que permitam apropriar as sinergias existentes entre mundos físico e digital e criar vínculos entre as marcas e os clientes sem fronteiras entre canais.
De acordo com o consultor, o papel da loja física numa realidade cada vez mais virtual é fazer o cliente continuar querendo comprar nela mesmo podendo comprar em canais digitais. Isto passa por lojas funcionais, intuitivas, educativas, interativas, estimulantes e digitalizadas.
Revista No Varejo on-line – SP