Por André Ítalo Rocha | Investir em publicidade nas redes sociais e em ferramentas de busca tornou-se quase uma obrigação para as empresas do varejo que querem ser lembradas pelo consumidor, em especial depois da pandemia. No ano passado, as varejistas brasileiras investiram R$ 35 bilhões em publicidade digital, expansão de 47% em comparação a 2020.
Nem todas as marcas, porém, conseguem ter sucesso nessa alocação de capital. Não é pequena a chance de o dinheiro investido ir pelo ralo e não se traduzir em mais interações com o público, mais pesquisas no Google e — espera-se — mais vendas.
Um levantamento feito pela startup Datrix, uma sociedade recém-criada entre o instituto de pesquisa Ipespe, do cientista político Antonio Lavareda, e a GBR Comunicação, do jornalista Guilherme Barros, identificou quais são as varejistas que mais estão conseguindo ser vistas na internet, seja nas redes sociais, no contato com usuários e influenciadores, ou em aparições em buscadores, encontrando nomes que vão desde marketplaces consolidados, como a Amazon, até companhias que têm suas vendas concentradas no varejo físico, como a Havan.
O estudo representa a estreia do Ranking de Eficiência do Varejo, que analisou, no primeiro semestre deste ano, 7 milhões de dados provenientes de fontes públicas, a atividade de 500 influenciadores e a presença digital de 300 empresas de 12 setores do varejo, que vão de alimentação e vestuário a drogarias e marketplaces.
Líder do ranking, a Amazon somou 563 pontos e foi seguida por outro grande nome do varejo online, o Mercado Livre, com 506 pontos. Já a terceira posição foi preenchida por um nome que é mais conhecida pela sua rede física, a Havan, com 455 pontos.
“A aparição da Havan no pódio é explicada por uma grande campanha que eles fizeram explorando a figura do fundador nas redes sociais”, disse João Paulo Castro, cofundador da Datrix e indicado como CEO, em referência ao empresário Luciano Hang, que se tornou conhecido depois do seu engajamento em campanhas eleitorais, ganhando nas redes sociais o apelido de “véio da Havan”. Nas redes, a empresa fez uma campanha brincando que o “véio da Havan enlouqueceu”, ao lado da cantora Joelma.
Como produtos como o ranking, a Datrix pretende ser procurada pelo mercado para analisar os investimentos em mídia das empresas, para metrificar se o trabalho está sendo bem feito. O modelo de receita é de assinatura mensal, com preços que giram em torno de R$ 20 mil. “A ideia também é que a empresa possa se comparar: se você por exemplo é o Itaú e investiu no Rock in Rio e quer saber se você conseguiu se destacar, pode recorrer aos nossos dados no detalhe.”
Entre os demais serviços, a Datrix também vai trabalhar com modelos de gestão de crise, com algoritmos, e análise preditiva de projetos que estão em discussão no Congresso Nacional, para empresas que querem monitorar propostas que afetem seus negócios.
Fonte: Pipeline Valor