09/10/2015 às 05h00
Por Cibelle Bouças | De São Paulo
As vendas em shopping centers aumentaram 6,2% nos últimos 12 meses, enquanto o varejo como um todo teve uma queda superior a 1%. As informações foram divulgadas ontem pelo presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Glauco Humai em evento realizado pela entidade em São Paulo. Até setembro, havia 530 shopping centers em operação no mercado brasileiro, 2% mais do que o total registrado um ano antes. O número de lojas também cresceu 2% no período, para 97 mil pontos de venda. Eduardo Gribel, presidente da Tenco Shopping Centers, disse que os empreendimentos localizados em pequenas cidades têm sofrido menos o efeito da crise econômica. A operadora possui 17 shoppings, dos quais 15 são localizados fora de capitais. A empresa tem como plano chegar a 30 empreendimentos até 2018. Gribel disse que está mantendo os planos de investimento, mesmo com a piora do cenário econômico. Até março do próximo ano ele prevê abrir mais quatro shopping centers. “Neste momento, todos os meus empreendimentos estão com uma taxa de ocupação de lojas acima de 60%, está 4% abaixo do ano passado”, acrescentou. O executivo disse ainda que a Tenco tem lançado mão de alguns recursos para atrair lojistas aos seus shoppings, com desconto de um a quatro meses de aluguel para lojistas que instalarem suas unidades a tempo de serem inauguradas junto com os shoppings novos. A empresa também tem fechado acordos com redes de franquia para abrir lojas administradas pela sua controlada TBrands. Gribel disse que faz isso para garantir uma taxa maior de ocupação dos shoppings no seu lançamento e, em seguida, vende as operações de franquia para empreendedores interessados. O presidente da Aliansce Shoppping Centers, Renato Rique, afirmou que considera ainda muito incerto o cenário econômico e político para 2016. Para o empresário, a crise política dificulta visualizar o desempenho econômico do próximo ano. “Ainda não podemos afirmar como vai ser 2016. Não sabemos nem quem vai ser presidente do Brasil daqui a seis meses. O ambiente é de muita incerteza”, afirmou Rique. O empresário disse que, apesar das dificuldades, as administradoras de shopping centers redobraram esforços neste ano para atrair os consumidores de volta aos centros comerciais. “Por enquanto, temos conseguido manter o tráfego de consumidores. O perfil do consumo está diferente, mas a manutenção do tráfego é um indicador positivo”, disse Rique. No segundo trimestre, a receita da Aliansce ficou estável em R$ 119,8 milhões. Seu lucro líquido, no entanto, caiu 63,2%.
Valor Econômico – SP