30/09/2015
Estado é o quinto do país em número de cachorros com pedigree e conta com 8 mil pontos de venda de produtos para animais de estimação. Desse total, 2,5 mil são lojas especializadas no ramo, superando até a quantidade de supermercados
O Brasil é o segundo mercado de produtos e serviços para animais de estimação do mundo, atrás somente dos Estados Unidos. O faturamento do setor ocupa uma fatia do PIB maior que a das indústrias da linha branca (geladeiras e freezers). E em Santa Catarina, um dado chama a atenção: segundo a Sociedade Brasileira de Cinofilia (Sobraci), o Estado é o quinto do país em número de cães registrados, em outras palavras, com pedigree: um sinal de que os catarinenses estão dispostos a gastar com animais de estimação.
Prova disso é que, segundo Maximiano Gonçalves Neto, coordenador da PetPro Expo, realizada até ontem no Centrosul, em Florianópolis, o Estado tem 8 mil pontos de venda de produtos para pets, dos quais 2,5 mil são de lojas especializadas. SC tem mais petshops e veterinárias, entre outros, do que mercados, que somam 2,2 mil estabelecimentos, de acordo com a associação catarinense do setor.
Empresários catarinenses têm crescimento de 50%
O perfil do público catarinense representa bem o que tem puxado para cima o faturamento do setor no país, mesmo em tempos de crise. Depois que as moradias no Brasil se verticalizaram, com mais pessoas vivendo em apartamentos, o animal deixou o quintal de casa, entrou pela porta, e passou a dividir o sofá e a cama com os humanos. Esse movimento, como observa Gonçalves Neto, reforçou o papel do pet enquanto membro da família e criou demandas de serviços e produtos em torno desse universo.
Hoje, um kit de cauterização e blindagem para os pelos de cães e gatos não é muito diferente do aplicado no cabelo feminino. O produto integra a linha da empresa Therapet, de Blumenau. Há 10 anos, os sócios deixaram o emprego na multinacional alemã Bayer e, entre quatro alternativas de mercado, escolheram pelo da cosmética animal.
Era um setor que crescia muito, menos burocrático que o da cosmética humana, e com um número menor de indústrias concorrentes explica o diretor Luiz Claudio Sampaio.
A aposta deu certo. Com produtos como shampoo sem sal, cremes de hidratação com protetor térmico contra as agressões do secador, dentro de embalagens sofisticadas, a Therapet registrou um crescimento de 50% no ano passado. O mesmo percentual de incremento nas vendas é esperado para 2015, ano de retração na economia.
Diário Catarinense – SC