08/09/2015
Expectativa é que empresa de Blumenau tenha 320 funcionários até o segundo semestre do próximo ano. A partir de agora, grupo de trabalho da NSA Invest, que assumiu marca após leilão na semana passada, avalia estrutura do negócio
Uma década e meia depois de ter a falência decretada e pouco mais de nove meses após fechar as portas por decisão judicial, a Sulfabril vai voltar a funcionar. E já existe até previsão para que isso aconteça: início de dezembro. É esse o prazo necessário para retomar, a um custo de pelo menos R$ 25 milhões, as operações industriais mínimas, lançar uma nova coleção de peças de roupa e contratar cerca de 120 pessoas que irão começar uma nova empresa do zero.
Quem lidera o processo de reativação da companhia é o blumenauense Rafael Cunha, de 40 anos. Formado em Direito pela Furb e com MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ele construiu carreira executiva em empresas como Souza Cruz e Santander, com atuação nas áreas comercial, de administração e de comércio exterior. O empresário é um dos sócios da NSA Invest, uma joint venture com negócios nos setores de máquinas e resinas termoplásticas nas regiões Sul e Sudeste e que ficará responsável pela gestão da nova Sulfabril.
O grupo herdou a maior parte dos bens da massa falida depois que o empresário que os arrematou na última semana desistiu do negócio. Intimada pela Justiça, a NSA Invest, como segunda colocada no leilão, assumiu a compra. O pagamento deve ser feito nos próximos dias e a expectativa é de que a emissão de posse seja liberada em seguida. Nos bastidores, o trabalho para resgatar o poder da marca já começou.
Os integrantes da nova diretoria ainda são segredo. Certo, por enquanto, é que Cunha será o presidente da nova Sulfabril e contará com o apoio de três diretores um financeiro e um industrial, que já estão definidos, mas que não tiveram seus nomes divulgados, e um de marketing, que ainda está sendo escolhido. Todos eles, garante o executivo, são profissionais com profundo conhecimento no segmento têxtil e que têm raízes na região.
Estamos buscando os melhores. O novo momento exige uma gestão moderna e profissional avaliou Cunha.
Nos próximos dias, a NSA Invest vai finalizar um trabalho de análise da estrutura do parque fabril. Cunha antecipa que os setores de tinturaria, estamparia, de corte e parte da costura serão reativados, mas outros podem ser descontinuados caso não ofereçam vantagens competitivas para o negócio.
Se tudo der certo, o número de funcionários da nova Sulfabril pode saltar de 120, no estágio inicial, para 320 no segundo semestre do ano que vem, calcula o executivo. Ex-trabalhadores da empresa terão prioridade nesse processo.
EXECUTIVO APOSTA NA FORÇA DA MARCA
Cunha prefere não revelar estimativas de faturamento, mas enxerga no nome Sulfabril o grande trunfo da NSA Invest para retomar as operações com força. De acordo com ele, 2016 servirá para consolidar essa nova fase da companhia. O executivo espera uma retomada maior do consumo interno entre o final do ano que vem e o início de 2017, o que ajudaria a fortalecer a presença da empresa no mercado doméstico.
O lojista não esqueceu da qualidade do produto e o consumidor de fora ainda não percebeu que a marca saiu do mercado aposta o empresário.
Diário Catarinense – SC