Painel do BR Week mostra cases de sucesso das melhores empresas para trabalhar do varejo
Faz pouco tempo a Bebê Store, e-commerce de roupas para bebês, teve de passar por uma forte redução de quadro de funcionários. O que a empresa fez para que a notícia não tornasse o clima entre os funcionários pesado? Comunicação e transparência são fundamentais em tempos de crise, afirma Yvonne Lobo, gerente de RH da empresa. Nesses momentos os gestores tendem a contar metade da história para proteger o público, mas se o funcionário não souber ele vai saber por fofoca ou pelo colega. É fundamental comunicar tudo, afirma a executiva que participou de painel sobre as melhores práticas e estratégias das empresas consideradas as melhores para se trabalhar e que ocorreu nesta tarde no BR Week, congresso de varejo que termina hoje em São Paulo.
Ela diz que o cuidado que a empresa tem com as pessoas que saem é o mesmo com as pessoas que ficam. Cuidamos de cada detalhe, fizemos indicações e recomendamos das pessoas que estão saindo, afirma a executiva. As melhores empresas para se trabalhar são empresas que sentem menos a crise e dependendo de como você administra uma crise, é possível conquistar o colaborador, avalia Cauê Oliveira, diretor de educação corporativa do GPTW (Great Place To Work), mediador da conversa. Na Ancar Ivanhoe, empresa de shopping centers, a comunicação é um dos pilares para manter a motivação das pessoas. Sem isso, não tem segurança, afirma Léia Cardoso, gerente corporativa de RH da empresa. Temos fóruns de discussões frequentes e essa comunicação não é centralizada na liderança. Tiramos os problemas discutidos no corredor e trazemos essa discussão para os times, explica.
O Magazine Luiza também tem foco no emocional dos funcionários, como explica Telma Rodrigues, diretora de Gestão de Pessoas da empresa. Nossa equipe é muito impactada pelo Jornal Nacional e nossa equipe tem de ser acompanhada na questão emocional para que o moral do grupo não caia com o momento, afirma. Para evitar que o clima na empresa pese ainda mais, durante crises, a rede, que conta com 22 mil funcionários, evita demissões. O que fazemos é fechar a porta de entrada, e acionamos o mercado somente em posições que são mais difíceis e aquelas que realmente precisamos, explica a executiva.
Em tempos difíceis, o papel da liderança nas empresas é ainda mais importante. São eles que motivam e seguram o quadro. Por isso, não é de hoje que as companhias do varejo investem nos gestores. Na Ancar, a universidade corporativa, criada em 2013, passou de uma plataforma de treinamento para uma plataforma de desenvolvimento. O grande diferencial está na gestão do conhecimento, porque a gente não discute apenas técnicas. E a gente começa a perceber que vai além do profissional e conseguimos com isso resultados espetaculares, afirma Léia.
No Magazine Luiza, os programas de desenvolvimento de lideranças estão estruturados há anos. Temos parcerias para ajudar na formação dos líderes mais seniores e isso tem tido impacto na revolução do modelo de liderança da empresa, conta Telma. Na Bebê Store o foco está no programa de integração na premiação dos melhores funcionários. O RH precisa exercer um papel de apoiador da cultura da empresa, mas antes você precisa entender o propósito da empresa. Quando você sabe isso, sabe qual é o funcionário que quer ter, afirma Yvonne.
Revista No Varejo on-line – SP