Painel do Seminário de Investimentos NOVAREJO mostra a importância das práticas para o crescimento
O assunto Governança Corporativa é inevitável para quem pensa em crescer e ser competitivo em longo prazo. Essa é a opinião de Heloisa Bedicks, superintendente-geral do IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. As boas práticas de governança cabem e devem ser aplicadas em todos os tamanhos de empresas, afirmou.
O painel do Seminário de Investimentos NOVAREJO sobre os princípios e a relevância da governança no varejo, foi mediado por Eduardo Terra, presidente da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo) e recebeu Carlos Fernandes, diretor de operações da Ri Happy e José Barral Amoedo, presidente do Grupo Sonda Supermercados, além da Heloisa.
De acordo com Terra, o setor varejista vem passando por um processo de profissionalização inevitável, nos últimos 20 anos. Nesse processo de consolidação e profissionalização a gente entende porque a governança é tão importante afirmou. O setor está em constante mudança e evolução. Neste ano, mais de 100 empresas de varejo de bens de consumo devem apresentar faturamento na casa do bilhão, completa.
Carlos Fernandes, diretor de operações da Ri Happy, loja de brinquedos, acredita que a aplicação das práticas de governança não faz com que a empresa perca velocidade. A burocracia criada é positiva para a organização. As mudanças nos processos devem ser feitas por meio de regras bem definidas e muito bem comunicadas, disse.
A Ri Happy, que era de gestão familiar, iniciou a implementação das práticas de governança há 3 anos, passou por um processo de consolidação e já está em um estágio avançado de governança. Hoje a varejista é uma empresa de capital aberto. Existem vários comitês dentro da organização e a mudança de cultura é dolorosa, mas a governança agrega valor importante ao negócio, afirmou.
Já no Grupo Sonda Supermercados, o processo foi um pouco mais lento. Para José Domingo Barral Amoedo, presidente do grupo, o processo de mudança cultural de uma empresa familiar é complexo. Tem seus momentos de tempestades e alegrias. Nos últimos dois anos conseguimos registrar resultados positivos, contou Barral. As coisas ficam mais fáceis quando a comunicação é bem feita. É preciso explicar o porquê das decisões para que as regras fiquem claras e sejam cumpridas, completou.
Outra preocupação importante citada diz respeito ao processo de sucessão. Como ninguém dura para sempre, é preciso pensar e preparar alguém ou alguns sucessores para a direção da empresa, explica Heloisa. As empresas devem se preocupar com o governo da sua empresa desde o início dela. Pensando na transparência, prestação de contas, na equidade e na responsabilidade corporativa, que são os princípios da governança, conclui.
Revista No Varejo on-line – SP