A concorrência no mercado on-line de vinhos fica mais acirrada neste ano. A Evino e a Wine.com.br vão investir, juntas, pelo menos R$ 100 milhões em suas lojas virtuais para expandir as operações.
A Wine.com.br informou que vai investir de R$ 50 milhões a R$ 60 milhões em softwares de gestão empresarial (ERP, na sigla em inglês) e tecnologias para melhorar a operação da empresa e o relacionamento com clientes. Comercialmente, a empresa fará investimentos para competir diretamente com a rival Evino no segmento de promoções relâmpago.
Rogério Salume, presidente da Wine.com.br, disse que vai competir na categoria promocional com vinícolas de renome. “Buscamos parceiros e produtores de renome da Europa, América Latina, dos Estados Unidos, para atender consumidores que buscam produtos de qualidade com preços melhores”, afirmou. A Wine.com.br possui atualmente em torno de 451 mil clientes ativos, sendo 148 mil associados ao clube de assinaturas.
Salume disse que os investimentos serão feitos com recursos próprios. Fundada há dez aos, a Wine.com.br é controlada pela e.Bricks Digital, empresa de investimentos do grupo RBS, dona de 40% do capital, e pela Península Participações, dona de 30% a 40% do negócio. Os fundadores Rogério Salume e Fernando Opitz são sócios minoritários. A previsão da companhia é atingir um faturamento de R$ 550 milhões a R$ 600 milhões neste ano, incluindo as operações da WBeer e do Clubeer.com.br.
A Evino, especializada na venda de vinhos europeus, anunciou que investirá R$ 50 milhões neste ano, com recursos próprios, no fortalecimento da marca, na contratação de pessoal e no aumento de rótulos para venda no site. A empresa possui em torno de 300 funcionários e prevê contratar mais 150 pessoas neste ano.
“Vamos contratar mais gente para acompanhar o rápido crescimento da companhia. Esses profissionais vão atuar em operação e atendimento aos clientes”, disse Olivier Raussin, co-presidente da Evino. O executivo não deu um número exato, mas disse que também pretende ampliar a oferta de rótulos no site. Hoje, a Evino vende aproximadamente 200 rótulos de vinhos, em promoções semanais.
A Evino foi fundada em 2012 e tem como sócios Olivier Raussin, Ari Gorenstein, Marcos Leal e um fundo que administra a fortuna de uma família brasileira, que prefere não ser identificada. A Evino encerrou 2017 com faturamento de R$ 254 milhões, desempenho 144% acima do registrado no ano anterior. A meta para 2018 é dobrar o faturamento, alcançando R$ 508 milhões. A empresa planeja chegar a 2020 movimentando R$ 1 bilhão.
De acordo com dados da consultoria Ebit, as vendas de vinhos on-line cresceram 40% em 2017 em relação ao ano anterior. As 20 maiores empresas de comércio eletrônico de vinhos são a Wine.com.br, Evino, Super Adega, Extra, Pão de Açúcar, Empório da Cerveja (da Ambev), Miolo, Mambo, Boccati Vinhos, Casa da Bebida, Casa Rio Verde, Casa Santa Luzia, Divvino, Enoteca Brasil, Imigrantes Bebidas, Tinto Wine, Vineria 9, Vinhos e Vinhos, Vino Mundi Vinhos e Winebrands.
Pedro Guasti, diretor de relações institucionais e conselheiro da Ebit, disse que a categoria cresceu nos últimos anos principalmente com clubes de assinatura de vinhos. Recentemente, a entrada de grandes redes de hipermercados e vinícolas na venda on-line contribui para uma aceleração na expansão do segmento.
Fonte: Valor Econômico