Nas primeiras 24 horas do evento promocional, quantidade de produtos vendidos foi superior à da Black Friday 2020
Por Adriana Mattos
No Amazon Prime Day, principal evento promocional da Amazon no mundo, ocorrido entre a segunda-feira (21) e terça-feira (22), as vendas no Brasil cresceram cerca de 120% em relação à mesma data de 2020, informou o grupo em nota nesta quarta (23). No ano passado, foi a primeira edição do evento.
A empresa não mencionou valores, apenas o percentual. O Valor apurou que os prazos de entrega de certos produtos comprados no Prime Day (itens da própria empresa) ficaram acima da média da companhia em praças como São Paulo e Rio de Janeiro.
Nas primeiras 24 horas do evento, a quantidade de produtos comprados foi superior se comparada à Black Friday de 2020, informou no comunicado. Em termos estratégicos, o evento da Black Friday não é considerado tão relevante para a empresa quanto o Prime Day.
No mundo, foram comercializados cerca de 250 milhões de itens — a empresa não informa a variação em relação ao ano anterior.
Segundo o grupo, no Prime Day, “pequenas e médias empresas tiveram os dois maiores dias em venda, mais do que qualquer outro período de 48 horas na história nas lojas da Amazon em todo o mundo”.
Foram investidos cerca de US$ 100 milhões na operação no mundo, durante o evento, para impulsionar as vendas de pequenos negócios da plataforma. A companhia não detalha essas iniciativas, mas, normalmente, envolvem possíveis subsídios a certas vendas ou a uma maior exposição desses vendedores na plataforma.
No Brasil, a loja “Apoie Pequenos Negócios”, que está na plataforma da Amazon, teve entre os produtos mais vendidos aqueles ligados à moda, alimentos e móveis.
Prazos de entrega maiores
Nos últimos dias, circularam informações no mercado de que envios da Amazon para certas regiões, durante o Prime Day, acabou acontecendo em prazos acima da média da empresa.
A companhia tem informado que entrega para 700 cidades em até 48 horas. No Prime Day, o Valor apurou que compras para a cidade do Rio de Janeiro, de produtos vendidos pela própria empresa (não de vendedores), portanto, em estoque, chegou a três dias úteis.
Para São Paulo, o prazo atingiu também três dias para produtos da Amazon (como o Kindle e o assistente Echo) e quatro dias para o interior do Estado, segundo informações de consumidores que fecharam compras e relataram experiências no site Reclame Aqui. A nota da empresa no site continua em 8,5, considerada ótima.
Procurada para comentar o assunto, a Amazon diz que está empenhada “em oferecer opções de envio rápido e gratuito durante todo o ano, para todo o Brasil”.
“Há certos momentos em que equilibramos nossa capacidade de rede de atendimento com nossa promessa de entrega aos clientes, e nossa prioridade é cumprir as promessas de entrega. Em um dia de pico de compras, como o Prime Day, as opções de entrega variam de acordo com o item e a área de entrega”, afirmou.
Essa questão do prazo tem sido um ponto de atenção grande das redes. Nesta semana, o Magazine Luiza anunciou início de entrega em até uma hora para 11 cidades. A maior parte dos envios já ocorre em até um dia. Mercado Livre, Via Varejo e B2W têm ampliado a participação da entrega em até 24 horas dentro da base total de envios. Em São Paulo, a maioria das entregas realizadas por essas companhias ocorre em até 24 horas.
A Amazon não opera com lojas no país, e logo, não usa o suporte dos pontos como área para armazenagem de mercadorias vendidas on-line, como Casas Bahia e Magazine.
O Mercado Livre tem fechado acordos com pequenos pontos de varejo para usar suas lojas como minihubs de armazenagem. Nos EUA, a Amazon usa os “lockers”, armários que armazenam produtos para retirada do cliente, sistema não disponível no Brasil.
Fonte: Valor Econômico