Expectativa do setor é de que, mesmo com a pandemia, os índices sigam em queda Pesquisa aponta perda média de 1,36% do faturamento do varejo restrito e materiais de construção (faturamento que, segundo dados do IBGE e SBVC, chegou a R$1,65 trilhão em 2019); Outubro de 2020 – Melhores práticas de prevenção e um maior controle sobre a cadeia têm repercutido positivamente no varejo. A nova edição da Pesquisa Abrappe de Perdas no Varejo Brasileiro, realizada em parceria com a consultoria EY, aponta queda no índice de 1,38% (2018) para 1,36% (2019). A expectativa do setor é de que a pandemia impacte esses números diminuindo as perdas que em valores reais chegaram no ano passado a R$ 22,44 bilhões. Os meses de pandemia vivenciados em 2020 vão influenciar o varejo nacional nos próximos anos. Uma enquete realizada entre as empresas associadas da Abrappe apontou que 85% dos varejistas esperam uma redução nos percentuais de perdas em 2020. De acordo com Carlos Eduardo Santos, presidente da Abrappe, no começo da quarenta percebeu-se um aumento do fluxo de clientes e do ticket médio. Com o passar dos meses, o fluxo começou a reduzir, porém o ticket médio se manteve alto proporcionando um melhor giro dos estoques e a redução da perda. “Para completar, as medidas que foram tomadas para controlar a propagação da Covid-19, como controle de acesso às lojas com medição de temperatura, fechamento de saídas e o menor número de clientes dentro dos estabelecimentos contribuem para diminuir uma das principais causas de perda que é o furto”, explica Carlos Eduardo Santos. Maiores índices de perda – Embora a diferença entre 2018 e 2019 tenha sido pequena, alguns setores do varejo tiveram uma variação maior. Perfumarias (1,99% de perda total), drogarias (1,23% de perda total) e lojas de departamentos (1,36% de perda total) foram os setores que tiveram a maior alta, excluindo os formatos de supermercados que tradicionalmente apresentaram as maiores diferenças. Menores índices de perda – Na contrapartida, a pesquisa mostra que os setores de Moda (0,53% de perda total) e Eletro/Móveis (0,27% de perda total) possuem os menores índices de perdas. Esses setores, embora possuam algumas categorias que geram a oportunidade de furtos (celulares e jeans), contam com um modelo de atendimento assistido que intimida a prática de delitos nas lojas. Perfumaria: Com uma das maiores variações, o segmento viu crescer em 4% (1,92% em 2018 e 1,99% em 2019) o índice de perda. “Geralmente, o setor de perfumaria é um dos mais afetados por práticas criminosas dado o apelo dos produtos bastante cobiçados como perfumes e maquiagens, entre outros. O segmento precisa investir mais em boas práticas de prevenção de perdas”, avalia Carlos Eduardo Santos, presidente da Abrappe. Supermercados – Na comparação dos 15 setores pesquisados, temos os três formatos de supermercados (Tradicional, Vizinhança e Conveniência) que são responsáveis pelos maiores índices de perdas do varejo brasileiro. Entre eles, o que apresentou a maior porcentagem de perda são as Lojas de Conveniências com 3,32%, seguidos de perto pelas Lojas de Vizinhança, os chamados mercados de bairro, que apresentaram índice de 2,97%. Os segmentos também lideram o ranking geral. De acordo com o presidente da Abrappe, é importante esclarecer que quase 50% das perdas dos supermercados são causadas por produtos sem condições de venda, as chamadas “Quebras Operacionais”, principalmente para os produtos perecíveis. “Essa importante causa tem uma participação muito menor nos demais setores do varejo se comparados com os supermercados”, completa o executivo. A pesquisa da Abrappe, em parceria com a EY, é o levantamento sobre perdas com a maior participação de segmentos do varejo já desenvolvida no país. O estudo faz o levantamento em 15 segmentos – Atacados e Atacarejos, Calçados, Construção/Lar, Drogarias, Eletro/Móveis, Esportes, Livrarias/Papelarias, Lojas de Departamento, Magazines, Moda, Perfumarias, Supermercados. Neste ano, foi firmada uma parceria com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), que também divulga um estudo de perdas para os varejistas do seu setor, para a realização de uma pesquisa única a fim de agregar mais categorias. Foi feito apenas um ajuste, uma vez que a Abras divulga o faturamento bruto e a Abrappe opta pelo faturamento líquido. “Para nós da EY é gratificante poder contribuir para a construção deste índice e, consequentemente, para uma melhor tomada de decisão do segmento de varejo como um todo. E este ano, em especial, foi surpreendente ver como o setor de varejo conseguiu manter uma tendência de queda no índice de perdas mesmo diante de um cenário tão adverso quanto esse que estamos vivendo atualmente”, afirma Luciano Albertini, sócio-líder de Consultoria em Governança, Riscos e Compliance da EY. Painel – Criado com propósito de fomentar a cultura de prevenção de perdas por meio da capacitação profissional, geração de estudos, troca de experiências e promoção de networking, neste ano, o fórum traz Noël Prioux, CEO do Carrefour Brasil, e Márcio Milan, superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) como participantes especiais. Na programação consta também os especialistas Emerson Fernando de Freitas (gerente corporativo de Prevenção de Perdas na Caedu), Rogério Maia (gerente nacional de Prevenção de Perdas na C&A Brasil), Eder Motin (gerente Controller do Condor Super Center) e Cristiana Araujo (diretora de Risco Corporativo da Drogaria Araujo), que abordarão os temas, respectivamente, Governança de PP no Varejo, Gestão de Estoques, Perda Ampliada e Reflexo das Perdas na última linha do balanço.
Fonte: www.cabresto.blogspot.com