Receita do setor deve crescer menos que a alta de preços na economia nos próximos meses, mas perspectiva para o fim de ano é mais favorável
Por Gustavo Nicolletta
A receita das empresas do varejo deve continuar crescendo menos que a inflação pelo menos até setembro, mês que pode marcar um ponto de virada para o setor, segundo o Índice Antecedente de Vendas do IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo).
Os dados mostram que as empresas associadas ao IDV esperam que as vendas de julho, já descontado o efeito da inflação, caiam 4,6% em relação a igual período do ano passado. Em agosto, a previsão é que esta queda desacelere para 0,3%, e para setembro a previsão é de estabilidade.
Segundo o instituto, a redução da taxa de desemprego, as datas comemorativas – como o Dia dos Pais, em agosto – e o aumento no valor do Auxílio Brasil e de medidas de estímulo econômico adotadas pelo governo – como a redução de impostos nos combustíveis – são “fatores que favorecem as expectativas de vendas para o varejo até o final de 2022”.
No entanto, as vendas podem ser prejudicadas pelos juros mais altos e o consequente encarecimento do crédito, o nível ainda elevado de inflação, a desvalorização do real e a instabilidade fiscal e política no Brasil, acrescentou a instituição.
Os associados ao IDV incluem grandes empresas varejistas de capital aberto, como Americanas (AMER3), Carrefour (CRFB3), Pão de Açúcar (PCAR3), Soma (SOMA3), Renner (LREN3), Magazine Luiza (MGLU3), Marisa (AMAR3), Petz (PETZ3), Raia Drogasil (RADL3), Via Varejo (VIIA3) e Vivara (VIVA3).
As ações da maioria destas empresas operam em alta hoje – e, em alguns casos, como nos de Magazine Luiza e Via, os papéis registram duas das altas mais intensas dentre os componentes do índice Ibovespa, de 6,65% e 2,08%, respectivamente.
Fonte: Trade Map