Fechamentos de ruas, barreiras de segurança e postos de fiscalização em torno da Trump Tower em Nova York tiraram o brilho das vendas da sofisticada joalheria Tiffany & Co na importantíssima temporada de
compras durante as festas de fim de ano.
A varejista, famosa por sua icônica embalagem azul e por suas joias caras, anunciou que suas vendas pelo conceito “mesmas lojas” (excluídos os efeitos de expansão ou aquisições) em novembro e dezembro caíram 2% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Este resultado deve-se em parte à intensificação da segurança nas imediações de sua loja principal na Quinta Avenida, em Manhattan. As vendas em lojas abertas há mais de um ano caíram em todos os
mercados, exceto no Japão. Nas Américas, o maior mercado da Tiffany, tanto as vendas “mesmas lojas”
como as vendas totais caíram 4% durante o período.
Além dos fracos gastos dos turistas e do dólar forte, a Tiffany disse que a queda das vendas nos Estados Unidos foi exacerbada por um declínio de 14% em sua loja principal na Quinta Avenida, que a firma atribuiu a
“interrupções de tráfego pós-eleição”. A loja na Quinta Avenida fica no mesmo quarteirão da Trump Tower e é responsável por cerca de 10% das vendas totais da empresa.
Foi no fim de novembro – logo após a Black Friday (data de forte venda no varejo americano que no ano passado caiu em 25 de novembro) – que a Tiffany alertou pela primeira vez sobre o possível efeito que o forte esquema de segurança em torno da residência do presidente eleito Donald Trump, no centro da cidade, teria em seus negócios. Nesta semana, ao atualizar os números de suas vendas, a companhia pela primeira vez quantificou
esse impacto. A varejista não espera que os ventos contrários diminuam neste ano.
Porém manteve inalterado seu balizamento de expectativas para o ano fiscal de 2016, a terminar em 31 de janeiro. “Estes resultados gerais das vendas durante as festas de fim de ano foram um pouco inferiores aos que tínhamos previsto, mas continuamos a nos beneficiar de uma margem bruta favorável e administração prudente de despesas”, disse diretor-executivo da Tiffany, Frederic Cumenal.
As ações da companhia caíram inicialmente até 4,1% no começo do pregão ontem. Elas recuperaram-se mais tarde, sendo negociadas em queda de 1,2%, a US$ 80,99, após analistas terem dito que a queda das vendas na loja da Quinta Avenida não foi tão má como esperada. “A queda de 14% na loja da Quinta Avenida não é entusiasmadora, porém menos ruim do que muitos projetavam, e agora temos mais clareza sobre o futuro”, disseram
analistas da Jefferies. “Embora o resultado não seja entusiasmador, estamos animados por haver mais clareza sobre o futuro e esperamos uma melhora gradual à medida que o tempo for passando”.
Fonte: Valor Econômico