Marca do Grupo Águia tem mais de 50 anos de atuação e diz que objetivo da medida é ajudar a fortalecer pequenos empreendedores do ramo que estão sem renda no momento
O mercado de turismo é um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Com o distanciamento social, pessoas de todo o mundo têm sido orientadas a permanecer em casa, o que faz com que micro e pequenos empreendedores do setor vejam suas receitas diminuir consideravelmente. De olho nessa situação, a Stella Barros, que já tem 55 anos de atuação, acelerou um modelo de negócio de conversão de pequenas agências de turismo em franquias, que vinha caminhando desde o início do ano, e espera chegar a 25 unidades até dezembro.
Nesse modelo, a Stella Barros faz a captação dos leads e a distribuição, de acordo com a localização do franqueado. “Temos um sistema de CRM e de marketing eficaz. Nosso lead é prospecção segura de viagem”, afirma o gerente comercial da marca, Marcelo Barone. A ideia é que o pequeno empreendedor, convertido em franqueado da rede, tenha maior poder de negociação com hotéis e outros fornecedores.
O modelo foi desenhado no ano passado e começou a ser testado no início deste ano. Até fevereiro, eles já tinham três agências convertidas, duas em São Paulo e uma em Porto Alegre. Com a pandemia, esse número saltou para 11 contratos negociados, até o momento.
A princípio, a prospecção tem sido feita na rede de relacionamento da Stella Barros. Barone divulgou a novidade em grupos de WhatsApp de que participa, com diversos profissionais de turismo, por exemplo.
O principal critério é que o empreendedor seja do ramo do turismo. Não é necessário ter uma agência, pois existem dois modelos de franquia: loja (ou escritório) e home office. “Hoje nós já temos uma pessoa nesse formato remoto. Ela passa a vender os produtos Stella Barros de casa.”
Além disso, é necessário ter uma boa localização e relacionamento no entorno. A Stella Barros faz um estudo de viabilidade do negócio, e até orienta a mudar de local, em alguns casos.
Investimento é analisado caso a caso
Os valores de investimento, no entanto, não são padronizados. Uma vez que o empreendedor já tem a estrutura necessária, os custos são menores. O valor médio que tem sido negociado de taxa de franquia é de R$ 20 mil, e durante a pandemia há um desconto de 50%. Os R$ 10 mil podem ser pagos, de forma parcelada, a partir de janeiro de 2021. No entanto, a intenção não é deixar que bons empreendedores deixem de aderir por falta de capital. “O potencial de investimento não é um fator determinante para ser franqueado. Analisamos caso a caso”, diz Barone.
Essa não é a primeira vez que a Stella Barros entra no mercado de franquias. Barone conta que o modelo anterior, operado nos anos 1990, foi encerrado “por diversas razões”, e a marca continuou viva operando apenas por canais próprios. Em 2004, a empresa foi incorporada ao Grupo Águia e em 2016, abriu uma loja conceito em São Paulo.
No entanto, agora a rede acredita que tenha encontrado um caminho para levar seu negócio para o franchising. “Ex-franqueados daquele tempo voltaram para virar a bandeira nesse novo formato”, conta o executivo.
Demanda de turismo será outra na retomada
A Stella Barros precisou repensar seu modelo de negócios rapidamente, por conta dos efeitos da pandemia. A marca ficou conhecida por ser uma das primeiras a criar pacotes para os parques da Disney, em Orlando, ainda nos anos 1970. Antes da crise do coronavírus, 65% da demanda da empresa era por viagens internacionais, e eles sabem que isso talvez demore mais tempo para voltar.
Entre os preparativos, a rede correu com a homologação de novos fornecedores em destinos nacionais – atualmente são mais de 40, entre hotéis, receptivos e outros serviços.
“É inevitável que o Brasil se torne a bola da vez para o turismo. Temos nos preparado para isso. Acreditamos que as viagens de experiência, de imersão e produtos com apelo sensorial serão mais procuradas. O cliente que viajaria internacionalmente procurará destinos domésticos, mas com experiências lá de fora”, diz o executivo.
Fonte: PEGN