Empresa assume sexta posição entre os sites de varejo mais acessados do País – estatística não inclui acesso a aplicativos
Por Adriana Mattos
Dados sobre tráfego de clientes nos principais “marketplaces” (shoppings virtuais) no país mostram que, neste ano, a Shopee tirou do Aliexpress Brasil o sexto lugar de maior plataforma on-line. Ao mês, a Shopee recebe hoje mais visitas que o Submarino e a Netshoes, somados.
As informações constam em números colhidos pelo BTG Pactual no sistema da SimilarWeb, que faz coleta e análises de dados.
Em fevereiro, cerca de dois anos após entrar no país, a Shopee ultrapassou o Aliexpress (32,2 milhões, versus 31,1 milhões de visitas). A diferença era pequena até abril, quando começou a crescer o “gap” entre elas. Em outubro, eram 59 milhões de visitantes à Shopee, empresa de Cingapura ligada ao Sea Group, e 46 milhões ao Aliexpress, do grupo chinês Alibaba.
A SimilarWeb coleta tráfego em desktops. Aplicativos das empresas aumentam o número de visitas, e neste caso, o Aliexpress poderia ultrapassar a Shopee se o peso dos “apps” for muito representativo no total – ou acima do da rival.
“A Shopee anda muito agressiva na mídia, mais que o Aliexpress, com alto volume de campanhas em TV, além de ações em redes sociais, e com muito foco no app. Parece ser uma estratégia global”, disse Renan Mota, fundador da agência CoreBiz. “Como Shopee e Aliexpress têm controladores com enorme caixa, eles vêm investindo em mercados com grande massa de consumidores, como o Brasil, para ganhar escala global. É uma competição que vai continuar muito forte com Mercado Livre, Magazine Luiza e Americanas ”.
Números obtidos pelo Valor nos balanços internacionais mostram que a Shopee encostou no Aliexpress em termos de receita do braço internacional pela primeira vez. Analistas lembram que o Brasil é pequeno no número global, mas ressaltam a sua importância na estratégia de ampliar força dos grupos nas Américas e na Europa.
Considerando esse movimento, o Aliexpress estuda a abertura de um centro de distribuição no país há alguns anos, para acelerar entregas, e tem seis voos semanais para o Brasil com capacidade de até 150 toneladas de mercadoria.
“Eles já reduziram muito o prazo de entrega no país, e podem ter concluído que não tem como reduzir mais sem um centro”, diz Mota. A Shopee também estaria avaliando a abertura de uma central na região metropolitana de São Paulo, dizem fontes. Ambas trabalham com empresas logísticas locais para entrega.
Fonte: Valor Econômico