O Santander acha que a Shopee pode não ser o bicho-papão do e-commerce que todo mundo imagina.
Por Redação
A Sea Limited, controladora da Shopee, divulgou resultados essa semana – e pela primeira vez abriu dados da operação brasileira.
Para os analistas do banco, eles estão abaixo do que o mercado estimava.
No quarto trimestre, a Shoppe Brasil registrou mais de 140 milhões de pedidos – um crescimento de 400% em relação ao mesmo período de 2020 – e receita de mais de US$ 70 milhões, alta de 326%.
Segundo os analistas Ruben Couto e Eric Huang, do Santander, assumindo um take-rate fixo de 12% para a Shopee Brasil, o GMV da empresa deve ter ficado em US$ 583 milhões no 4T21, ou cerca de R$ 3,2 bilhões.
Assim, no quarto trimestre, o mais forte do ano, a Shopee teve um GMV mensal de em torno de R$ 1 bilhão, o que, segundo os analistas, está um pouco abaixo de algumas estimativas de mercado que apontavam para um run-rate de cerca de R$1,5 bilhão/mês.
Além disso, a empresa também informou que teve uma perda de EBITDA ajustado por pedido abaixo de US$ 2 no 4T21 – segundo os analistas, essa perda totalizou cerca de R$ 1,5 bilhão.
“A nosso ver, essa grande perda indica que há um longo caminho para a autossustentabilidade do Shopee Brasil, o que deve gradualmente levar a empresa a adotar uma postura menos agressiva nos próximos anos, o que é potencialmente uma boa notícia para os competidores no Brasil,” escreveram os analistas.
Nas estimativas do Santander, considerando apenas o 3P a Shopee Brasil estaria em quarto lugar entre os marketplaces de ecommerce do país, com um GMV apenas 10% menor que o do Magazine Luiza, de R$ 3,6 bi no 4T21 . O líder é o Mercado Livre, com R$ 20 bi, e o segundo, a Americanas, com R$ 7,3 bi.
Ao considerar o GMV total online (1P + 3P), a Shopee Brasil fica em quinto lugar, ainda que seja hoje a empresa com a maior taxa de crescimento. Os primeiros colocados são MELI (R$ 20 bi); Americanas (R$ 13.2 bi); Magalu (R$ 10,8 bi) e Via (R$ 5,9 bi).
Fonte: Brazil Journal