Por Alexandre Garcia | A atratividade e o avanço das redes de comércio eletrônico estrangeiras no Brasil devem persistir nos próximos anos. Tal expansão é vista como determinante para a recente desaceleração das plataformas nacionais de e-commerce e ainda deve atingir o crescimento do setor. A análise faz parte de um levantamento divulgado pelo banco BTG Pactual.
O que diz o relatório?
O banco prevê um crescimento mais lento dos marketplaces nacionais. O setor deve cresce 16% ao ano até 2027. A estimativa, que não inclui as lojas internacionais, é inferior ao crescimento de 20% apurado entre os anos de 2015 e 2019. O desempenho superou em 9% as projeções pré-pandemia. Em 2021, o avanço do segmento foi de 29%. Esse é um ritmo bem menor dos 20% de crescimento entre 2015 e 2019.
O levantamento observa uma “vantagem competitiva” das estrangeiras Shein e Shopee. Segundo o BTG, a análise considera o desenvolvimento de plataformas de pagamento e a estrutura logística especializada das redes. Existe também a expectativa de que a chinesa Temu expanda sua operação no Brasil.
Asiáticas, como Shein e Shopee, estão cada vez mais adaptadas ao mercado local, diz o banco. Shein pode ter faturado R$ 15 bilhões em 2023, mais que o dobro dos R$ 7 bilhões estimados para o ano anterior. Já a Shopee, com um leque de produtos mais amplo, teve faturamento de R$ 20 bilhões no ano passado, estima o BTG.
Depois de uma abordagem mais agressiva durante a pandemia, as empresas presentes no comércio eletrônico adotaram estratégias mais racionais, para preservar a margem e aumentar suas taxas de aquisição, afastando-se de uma mentalidade de crescimento acima de tudo.
– Banco BTG Pactual
O banco reforça ainda que o processo de queda dos juros pode beneficiar o Magazine Luiza. Segundo o relatório, a gigante dona de 1.400 lojas espalhadas pelo Brasil tende ser um dos principais beneficiários da taxa Selic, atualmente em 10,75% ao ano após um ciclo de seis quedas consecutivas.
O enfraquecimento do mercado de eletrônicos e eletrodomésticos é citado como entrave para as Casas Bahia. Conforme o BTG, a rede que emprega mais de 47 mil funcionários tende a sofrer com os altos custos de financiamento e incertezas futuras.
Em 2024, o banco estima que o Mercado Livre domine 46,9% do comércio eletrônico do Brasil – Magalu ficará com 16,7% e Casas Bahia, com 6,4%. Já em 2027, o Meli deve dominar mais de metade – 50,4% – do mercado, enquanto Magalu ficará com 16,5% e Casas Bahia, com 5,3%.
A análise traz ainda avaliação positiva sobre o desempenho recente do Mercado Livre. O estudo cita o marketplace como a melhor escolha para o comércio eletrônico e de meios de pagamentos na América Latina.
Fonte: UOL