Melhorar a experiência de compra de consumidores em lojas físicas e canais de venda virtuais é um dos principais desafios que despertam inquietações entre varejistas. A avaliação é de empresários do setor que se reuniram nesta segunda-feira (28), em Porto Alegre, no primeiro dia da Feira Brasileira do Varejo (FBV), em sua sexta edição.
– É preciso se reiventar. O varejo não é só mais um setor de compra e venda de marcas. É necessário atender os consumidores de formas diferentes em lojas físicas e na internet. O comprador busca experiências – definiu o presidente da rede de pet shops Petz, Sérgio Zimerman, um dos palestrantes do evento.
Realizada pelo Sindilojas Porto Alegre, a FBV segue na terça (29) e na quarta-feira (30) no Centro de Eventos da Fiergs. Para apontar como é possível investir em tecnologia e tentar ampliar a experiência de compra de consumidores, o evento tem, entre as atrações, a Trend Store.
O espaço reúne ferramentas que podem ser instaladas por empresários para melhorar a gestão de negócios e atrair clientes.
– O varejo precisa manter as lojas físicas e avançar nos multicanais. A cada ano, há mais gente que usa a internet para comprar – frisou o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse.
Segundo empresários, o setor terá de driblar obstáculos, a curto prazo, para confirmar a retomada nos negócios depois da recessão.
O principal entrave é formado pelas incertezas políticas do país no ano eleitoral.
– A economia está em marcha lenta. As pessoas seguem cautelosas com seus gastos. Apesar disso, estamos otimistas – afirmou o diretor-geral da Tea Shop no Brasil, Michel Bitencourt, que também palestrou na feira.
Com o lema O Novo Varejo É Agora, a sexta edição da FBV espera receber 8 mil visitantes até o fim da programação. Conforme a organização do evento, todas as atividades estão mantidas mesmo com a paralisação dos caminhoneiros, que afeta a área de transportes no país.
– Apesar da greve, o movimento no primeiro dia de feira foi muito bom. Todos os palestrantes conseguiram vir – comentou o presidente da FBV, Ronaldo Sielichow. – A situação econômica do país não está muito boa. Agora, quando havia uma retomada no varejo, o setor foi atrapalhado pela greve dos caminhoneiros – lamentou.
A LOJA DO FUTURO
Batizado de Trend Store, um espaço de 127 metros quadrados apresenta aos visitantes da feira 18 tecnologias que podem ser instaladas em lojas físicas e buscam facilitar a gestão de negócios, além de beneficiar a experiência de compra de consumidores. A Trend Store é um projeto do Sindilojas Porto Alegre, com curadoria da GS&Digital e patrocínio da Lojas Lebes.
– Por meio das tecnologias, os empresários podem diminuir custos de operação e alcançar maior retorno de vendas. Para os consumidores, a experiência de compra é melhor – avalia a gerente de projetos da GS&Digital, Rose Martins.
Confira uma seleção com cinco ferramentas disponíveis com visitas guiadas:
Conteúdo estendido em realidade aumentada
-Permite que consumidores busquem mais informações, em realidade aumentada, sobre produtos à venda. Ao aproximar celulares e tablets de um leitor de QR Code, o público tem acesso, na tela dos dispositivos, a detalhes dos itens em oferta. É possível ver vídeos e fotos dos produtos, além de avaliações de clientes.
Smart list
-Reúne dados para que lojistas compreendam escolhas de consumidores. Ao não conseguir vender um produto, um atendente de loja pode informar ao seu gestor, por meio da plataforma, os motivos mencionados pelo cliente para não realizar a compra. As informações podem ser reunidas em um banco de dados.
Mapa de calor
-Aponta quais são os locais de uma loja onde há maior circulação de clientes. Esses pontos aparecem em uma tela em cores quentes, como vermelha, amarela e laranja. A ideia é auxiliar lojistas na organização dos produtos.
Concessão de crédito via biometria facial
-Busca aumentar a segurança nas compras. Ao adquirir um produto, o cliente tira uma selfie e é reconhecido no sistema da empresa, sem senha de cadastro.
Fashion delivery
-Tecnologia criada para aumentar a visibilidade de produtos sem a necessidade de montagem de uma loja física. Consiste na instalação de totens que reúnem os produtos à venda – por isso, não há contratação de funcionários. O cliente pode solicitar a entrega de itens em sua residência. Em casa, depois de testar os produtos, escolhe pela finalização ou pela devolução da compra.
Fonte: Zero Hora