A inteligência extraída a partir dos insights gerados por essas informações abre novas oportunidades para as empresas
Por Ricardo Fiovaranti *
Sabe aquele item que a pessoa não sabe que precisava até conseguir usá-lo pela primeira vez? Pois é, essa é a mesma situação vivida por varejistas quando passam a utilizar dados acurados na estratégia do negócio. A inteligência extraída a partir dos insights gerados por essas informações abre novas oportunidades para as empresas – e fica inviável retornar ao cenário anterior baseado apenas no achismo e na experiência dos empresários. A análise de dados ocupa um papel cada vez mais importante dentro do varejo nacional e passou da hora de as organizações estarem prontas para essa nova realidade.
Levantamento da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) indica que os varejistas brasileiros estão despertando aos poucos para o tema. A transformação digital, conceito da moda em diversos setores, cresceu 21% no setor. Percebe-se uma busca por soluções que realmente proporcionam uma digitalização maior nos processos das organizações. Se no ano passado 69% dos gestores dedicavam parte de seu capital sobre o tema, um ano de pandemia fez esse índice saltar para 90%. Ou seja, nove em cada dez lojistas nacionais realizam algum aporte nessas ferramentas.
Dados são importantes na estratégia de qualquer negócio porque oferecem uma visão completa e bastante detalhada de cada aspecto de um fenômeno específico – ou de cada departamento da empresa. Por meio deles, é possível transformar diferentes situações em indicadores que podem ser comparados, analisados e avaliados pelos gestores. Assim, em vez de imaginar o que está acontecendo no dia a dia, é possível compreender o que de fato é real na estrutura da organização. No caso do varejo, especificamente, é uma chance única de conseguir melhorar a tomada de decisão em um cenário de intensa transformação e incerteza (tanto econômica quanto tecnológica).
A aceleração digital provocada pela pandemia de covid-19 embaralhou o mercado varejista. Hábitos de consumo consolidados há décadas perderam relevância e tiveram que ser substituídos por novos comportamentos dos consumidores. É preciso acompanhar essas tendências e, mais do que isso, adaptá-las à realidade do negócio. Sem os dados certos, é inviável implementar qualquer iniciativa alinhada às transformações ocorridas no setor ao longo desses meses. Informações como fluxo de consumidores, mapa de calor, fila de caixa e desempenho de vitrine são apenas algumas questões que podem ser monitoradas pelas empresas – e que, quando combinadas com outros indicadores, fornecem a inteligência necessária para melhorar a gestão e os processos.
Hoje, todo passo que o varejo dá precisa ser justificado em desempenhos que abonem o investimento ou o trabalho em questão. Bem diferente da realidade que as empresas encaravam há poucos anos. Falar em análise de dados era algo restrito ao e-commerce e implementar algo do tipo no comércio de rua beirava maluquice. As informações até poderiam estar disponíveis, mas não havia a tecnologia necessária para conseguir capturá-las. Ou pior: não eram acuradas e precisas, o que levava a uma visão distorcida do negócio e comprometia todo o planejamento.
Felizmente, é uma situação que ficou para trás. Hoje o varejista tem diversas soluções de tecnologia de ponta, que combinam visão computacional e inteligência artificial para entregar relatórios inteligentes a partir da análise de dados obtidos na loja. Em um mundo onde tudo é mensurável, cada passo do seu consumidor pode representar verdadeiros insights para potencializar a estratégia da empresa. É o tipo de oportunidade que determina o sucesso, ou o fracasso, de qualquer organização. Os dados estão aí no varejo; basta utilizá-los com inteligência e atenção.
*Ricardo Fiovaranti é CEO da FX Data Intelligence, empresa especialista em visão computacional dirigida por IA, fornecendo insights estratégicos para o varejo.
Fonte: CNDL