Por Ana Claudia Nagao | O constante trabalho com foco na prevenção de perdas no varejo, realizado pelas farmácias brasileiras, vem rendendo frutos. O segmento foi um dos poucos que apresentaram queda no índice, com processos mais afinados na gestão do estoque.
Os dados fazem parte da 7ª Pesquisa Abrappe de Prevenção de Perdas no Varejo Brasileiro, conduzida em parceria com a KPMG. De 2022 para 2023, segundo a pesquisa, as farmácias apresentaram uma queda de 20,62% nas perdas.
“Talvez os números mudem este ano em função da onda de furtos do Ozempic. Mas o levantamento confirma a maturidade do canal farma, favorecida por fatores como a baixa rotatividade dos profissionais dedicados ao controle do estoque”, detalha Carlos Eduardo Santos, presidente da Abrappe.
Entre os quatro segmentos que tiveram recuo na comparação com 2023, o varejo farmacêutico só ficou abaixo das lojas de artigos esportivos (-41,89%), de calçados (-17,25%) e perfumarias (-0,43%). Considerando o percentual de perdas sobre o total de produtos, as farmácias apenas têm índices inferiores aos das lojas de eletromóveis e dos atacarejos.
Perdas no varejo por segmento (% do mix de produtos)
“O varejo farmacêutico, ao reforçar seu posicionamento como hub de saúde em razão da Covid-19, promoveu uma rápida e consistente transformação digital. Com mais clientes e maior frequência de compra em múltiplos canais, esse caminho foi necessário para o setor”, ressalta Santos.
Perdas no varejo aumentaram 6,08% e ligam sinal de alerta
O índice geral de perdas no varejo passou de 1,48% para 1,57% em um ano. Esse incremento resultou em um prejuízo de R$ 34,9 bilhões, sob o impacto de tendências como a solidificação do e-commerce, a redução no quadro funcional e o maior nível de exigência do consumidor.
Foi o maior avanço em sete anos, o que exige atenção redobrada mesmo para as empresas bem ranqueadas, como é o caso das farmácias. “É preciso entender a importância de investir em mais mão de obra especializada. Perdas são sinônimos de queda na competitividade e nos lucros, levando também a aumentos desnecessários de preços para suprir essas dificuldades”, salienta Santos.
Fonte: Panorama Farmacêutico