No último ano, o Grupo Pão de Açúcar montou uma estratégia agressiva para a sua bandeira Extra. Redesenhou as lojas e fechou cinco Extra Super e três Exta Hiper, dois dos quais foram convertidos para a bandeira atacadista Assaí.
Além disso, lançou diversos eventos promocionais. A varejista esperava que, com as promoções, o fluxo de pessoas aumentasse nas lojas da bandeira e que o volume de vendas maior compensasse a queda nos preços.
A iniciativa teve resultados positivos. A bandeira Extra Hiper ganhou participação de mercado nos últimos 9 meses e aumentou as vendas nas mesmas lojas em 5% no ano.
No entanto, os preços agressivos trouxeram uma consequência para a empresa, aliados à expansão e à reforma das unidades.
As margens brutas caíram 0,9 pontos porcentuais, de 28,2% para 27,3% no segmento de Multivarejo, que ainda abarca as marcas Pão de Açúcar, Minuto e Minimercado Extra.
Para 2017, o grupo espera desenvolver novos mecanismos para criar promoções mais adequadas e direcionadas ao público de uma loja, para melhorar os ganhos.
“Vemos uma melhoria no patamar de margem para o multivarejo ao longo do ano. Não por conta do aumento do preço ou por causa de negociações com fornecedores, mas sim por uma precisão maior de investimentos promocionais”, afirmou Christophe Hidalgo, vice-presidente de finanças da empresa.
A empresa também se empenhou para reduzir o gasto com energia elétrica e aumentar a produtividade dos funcionários. Ao longo do ano, a companhia cortou cerca de 7 mil vagas de trabalho.
Também está capacitando mais funcionários para exercer a função de caixa em momentos de maior pico. Hoje, 28% podem exercer a função e o plano é chegar a 60%, segundo Luis Emilio Moreno Sanchez, vice-presidente de negócios do Multivarejo.
Essas iniciativas geraram cortes de custo de 1,1%.
Extra Super
Enquanto o Extra Hiper recebeu as atenções da companhia, outro modelo foi deixado de lado – até agora. O Grupo contratou uma consultoria para rever o modelo de Extra Super.
A bandeira tem 194 unidades pelo Brasil, sendo que 180 são no eixo São Paulo-Rio de Janeiro. “Fizemos 20 pesquisas com grupo de clientes para saber o que eles buscavam”, afirmou Moreno.
Segundo ele, as localizações das lojas são boas e próximas aos consumidores, mas os clientes não conseguem fazer a compra completa em uma única loja, precisando complementar a compra em concorrentes.
Agora, o objetivo será melhorar o sortimento dessas unidades.
Fonte: Exame