Por Redação | De janeiro a abril deste ano, o cash & carry registrou no conceito mesmas lojas uma queda de 2% em unidades e um ligeiro avanço de 0,2% em valor, de acordo com pesquisa da NielsenIQ. O desempenho nas unidades já existentes têm intensificado o debate sobre a saturação ou não do formato.
Em sua participação no programa Papo de Varejo, realizado em abril último, Alberto Serrentino, fundador da consultoria de varejo Varese Retail , comentou que o excesso de lojas contribui para a produtividade média dos atacarejos vir declinando de maneira generalizada.
Dessa forma, disse o especialista, começa a ocorrer uma “seleção natural”, com mais os fortes avançando e os mais fracos precisando se esforçar para acompanhar.
“Os espaços para expansão orgânica de qualidade vão ficar menores daqui para a frente. Ainda teremos fusões e aquisições. Porém, à medida que se esgotam os ativos de lojas conversíveis, a tendência é alcançar um patamar de estabilidade, com crescimento marginal. Inevitavelmente vão prevalecer os mais competitivos e competentes”, prevê.
Expansão rumo ao interior
Sérgio Leite, diretor da divisão São Paulo do Assaí Atacadista, que também participou do Papo de Varejo, não crê na desaceleração do formato.
“Embora saibamos que a capacidade de penetração é finita, não enxergamos o ponto de saturação próximo, pois há muitos mercados ainda pouco explorados. Mapeamos diversas cidades brasileiras com mais de 150 mil habitantes nas quais não há loja do Assaí”, diz.
“Temos consciência de que nesses locais o supermercado costuma cumprir o papel de varejo abastecedor, então estudamos, com cautela, os próximos passos, sempre acreditando que há muita pista para continuar crescendo”, acrescenta o diretor.
Serrentino avalia que “o Assaí é o campeão em expansão dos atacarejos porque sabe interpretar as diferenças regionais”, ao passo que Leite reforça que a prosperidade do negócio está associada a uma sintonia ainda mais fina.
“As variações ocorrem não apenas de uma região para outra, entre cidades, bairros ou microrregiões; elas existem até mesmo entre lojas localizadas na mesma área. Assim, tentamos concentrar a atenção nos desejos do consumidor, seja ele pessoa jurídica (sempre no nosso radar) ou pessoa física, que nos traz informações valiosas sobre nichos nos quais expandir serviços”, afirma.
“Por tudo isso é que um dos segredos do nosso sucesso é a autonomia dos líderes regionais, que podem tomar decisões de acordo com a realidade que estão vivenciando”, diz o diretor do Assaí.
Fonte: S.A.+ Varejo